Agência Estado
postado em 30/04/2019 08:41
O líder opositor e autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, anunciou, nesta terça-feira (30/4), que conta com o apoio de um grupo de militares para "restaurar a democracia" e "acabar com a usurpação de poder" - como os opositores se referem ao governo de Nicolás Maduro. O anúncio foi feito em um vídeo gravado de uma base aérea de Caracas e publicado nas redes sociais.
Guaidó também convocou outros militares a se juntarem a seu movimento e pediu que a população saia às ruas, "de forma pacífica" para apoiar sua reivindicação. "Hoje, valentes soldados, valentes patriotas, valentes homens apegados à Constituição vieram ao nosso chamado. Nós também viemos ao chamado, definitivamente nos encontraremos nas ruas da Venezuela", disse o líder opositor.
"Neste momento precisamos ter calma e coragem (...) para restaurar a calma na Venezuela", afirmou Guaidó. Além disso, o político opositor Leopoldo López, que aparece ao lado de Guaidó nas imagens publicadas nas redes sociais, afirmou que foi libertado por militares e também pediu que os venezuelanos tomem as ruas pacificamente contra o governo socialista.
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Por telefone, o pai de López afirmou à Associated Press que espera uma resposta militar e popular depois do chamado feito pelos opositores. "Veremos um chamado para acabar com a usurpação (da presidência) e, bem, eu espero que o governo usurpador acabe hoje", disse.
Leopoldo López, condenado a 14 anos de prisão pelos protestos antigovernamentais de 2014, estava em prisão domiciliar. Nas redes sociais, ele afirmou que foi libertado pelos militares que apoiam Guaidó.
Chavismo convoca manifestação
Líder do chavismo, Diosdado Cabello , em Caracas, depois que a oposição Juan Guaidó afirmou ter o apoio de "bravos soldados" contra o líder socialista Nicolás Maduro.
Defesa da Venezuela vê normalidade nos quartéis
Ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino afirmou em sua conta no Twitter que há normalidade nos quartéis, rechaçando o "movimento golpista" comandado pelo líder oposicionista Juan Guaidó. Mais cedo, Guaidó disse que tinha o apoio das Forças Armadas e convocou o povo às ruas para derrubar o presidente Nicolás Maduro.
Padrino denunciou a existência de um "movimento golpista" que pretende levar violência ao país. Segundo ele, os "pseudopolíticos" que comandam o "movimento subversivo" usaram "tropas e polícias com armas de guerra em uma via pública da cidade para criar soçobra e terror". Segundo o ministro, as Forças Armadas seguem "firmes em defesa da Constituição Nacional e de suas autoridades legítimas". Todas as unidades militares nas oito regiões do país reportam normalidade nos quartéis e base militares, sob o comando de seus comandantes naturais, complementou.
"Nos manteremos firmes na defesa da ordem constitucional e da paz da República", disse Padrino em sua série de mensagens desta manhã.
"Estamos agora mobilizados e convidamos todo o povo de Caracas: venha para Miraflores. Vamos ver o que eles podem fazer contra o nosso povo", disse Cabello, presidente da Assembleia Constituinte no poder, em nota na televisão estatal VTV, chamando a ação de Guaidó de "espetáculo grotesco". (Com agências internacionais).