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Após confrontos na Venezuela, Bolsonaro reafirma apoio a Guaidó

No Twitter, presidente voltou a manifestar apoio à saída do presidente Nicolás Maduro do poder e escreveu que apoia liberdade do país vizinho

Gabriela Vinhal
postado em 30/04/2019 15:12
BolsonaroO presidente Jair Bolsonaro disse, nesta terça-feira (30/4), que o governo brasileiro acompanha com "grande atenção" a situação da Venezuela e encorajou outros países a apoiarem o presidente autoproclamado Juan Guaidó.

[SAIBAMAIS]"O Brasil acompanha com bastante atenção a situação na Venezuela e reafirma o seu apoio na transição democrática que se processa no país vizinho. O Brasil está ao lado do povo da Venezuela, do presidente Juan Guaidó e da liberdade dos venezuelanos", escreveu, no Twitter.
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Em nota, lida pelo porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, Bolsonaro voltou a declarar "irrestrito apoio" ao povo venezuelano. "Exortamos todos os países, identificados com os ideais de liberdade, para que se coloquem ao lado do Presidente Encarregado Juan Guaidó na busca de uma solução que ponha fim na ditadura de Maduro, bem como restabeleça a normalidade institucional na Venezuela", disse um trecho da nota.

Reunião emergencial

Com os novos confrontos entre a população e as Forças Armadas, Bolsonaro convocou uma reunião emergencial com os ministros da Defesa, Fernando Azevedo, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), General Heleno, e com o vice-presidente, Hamilton Mourão, para discutir a situação da Venezuela.

No fim do encontro, o chefe do GSI declarou que "foi perfeitamente válida" a convocação de protesto realizada por Guaidó à população, mesmo sem apoio "maciço" dos militares a seu governo. Isso porque o líder, segundo Heleno, fez uma autopropaganda para buscar apoio de venezuelanos a irem às ruas, ao mesmo tempo que queria pressionar integrantes das Forças Armadas a apoiá-lo.

Entretanto, afirmou que isso ainda é uma "incógnita" para o governo brasileiro, pois as manifestações ocorreriam, na quarta-feira (1;/5), e não nesta terça. "No início da manhã, quando se caracterizou uma antecipação do movimento que ia ser amanhã e acabou acontecendo hoje, não percebeu movimentação militar", destacou. "Mas foi anunciado por Guaidó o apoio macico das Forças Armadas. Havia um certo apoio, mas não chegava a atingir o alto escalão", completou.

"Ato de covardia"

Para Heleno, ainda que é "difícil avaliar" se Guaidó se precipitou ao antecipar o protesto. Contudo, reconheceu que a situação violenta piorou com a atuação agressiva dos militares contra os manifestantes: "Ao longo do dia, imagens se repetiam, meio estilo briga de torcida. Agora, tivemos um agravamento da situação, porque lançaram blindados em cima da população a pé, um ato de certa covardia".
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O ministro reafirmou que a posição do governo brasileiro não vai se modificar e vai continuar apoiando Guaidó a assumir o comando do país vizinho. "Desde o inicio, o Brasil tem adotado uma postura prudente, tomando a decisão correta de apoiar o presidente Guaidó e seguir nessa posição e trabalhando em cima de hipóteses", pontuou.

Segundo Heleno, há duas situações claras que são: Maduro permanecer no poder ou Guaidó tomar frente da Presidência. Mas há outras possibilidades, de acordo com o chefe do GSI, que são teses mais difíceis de serem estipuladas. Como, por exemplo, o futuro das Forças Armadas se trocarem de lado. "Os militares estão apoiando o Maduro. Se amanhã Guaidó ganhar essa queda de braço, como ficará a situação? São assuntos internos do país, mas a gente pensa", explicou.

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