Agência France-Presse
postado em 07/05/2019 14:46
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) pediu nesta terça-feira (7) proteção "imediata" para mais de 1.600 indígenas que foram deslocados, ou estão confinados, pelos combates entre grupos armados no noroeste da Colômbia.
"Mais de 1.600 indígenas de dez comunidades Embera e Wounaan são vítimas de deslocamento forçado e confinamento" em Juradó, no departamento de Chocó, informa um comunicado do Acnur, que baseou seus números em relatórios das autoridades locais.
A situação se complicou a partir de 26 de abril no norte do município que faz fronteira com o Panamá, como resultado de confrontos entre grupos armados ilegais e sua presença em territórios indígenas.
Segundo a agência, até agora seis comunidades (914 pessoas) foram deslocadas, e outras cinco estão em confinamento (729 pessoas). Do total da população afetada, 263 têm menos de cinco anos de idade.
Por isso, solicitou ao governo colombiano "a adoção de medidas de proteção e assistência humanitária imediata".
Chocó é o epicentro de uma disputa territorial entre o Exército de Libertação Nacional (ELN), a última guerrilha da Colômbia, e o Clã do Golfo, o maior cartel de drogas do país que surgiu de paramilitares de extrema direita desmobilizados em 2006.
Ambas as organizações lutam para controlar uma área onde operavam as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. As Farc baixaram suas armas e se tornaram um partido em 2017, depois de um histórico pacto de paz.
Além disso, Chocó, o departamento mais pobre da Colômbia, é um dos pontos estratégicos de partida para os carregamentos de cocaína que partem do Pacífico colombiano para a América Central e os Estados Unidos.
É também um corredor para os migrantes africanos, haitianos e cubanos que cruzam a Colômbia na direção da América Central, geralmente com os Estados Unidos como destino final.