Agência France-Presse
postado em 20/05/2019 15:47
O ex-dirigente socialista chileno Carlos Altamirano, acusado pela radicalização da Unidade Popular no governo de Salvador Allende, alvo do golpe militar de Augusto Pinochet em 1973, morreu no domingo aos 96 anos.Altamirano foi acusado tanto pela direita como pela esquerda de ser o grande responsável pelo fracasso do governo Allende (1970-1973) por permitir o crescimento de movimentos radicais dentro da Unidade Popular - a coalizão de partidos de esquerda - e de defender a via armada que polarizou o país e resultou no golpe de Pinochet.
Ele nasceu em 18 de dezembro de 1922, em uma família próspera de Santiago. Seu avô fundou e presidiu o Banco do Chile.
Advogado de profissão, foi secretário-geral do PS chileno de 1971 a 1979, deputado (1961-65) e senador (1965-73).
Depois do golpe, encabeçou a lista das pessoas mais procuradas pelo regime militar. Nunca foi revelado como conseguiu fugir do país. Repareceu em Cuba, em 1974, e viveu no exílio na Alemanha e na França, se convertendo num dos artífices da renovação socialistas, deixando para trás posturas marxistas-leninistas.
Voltou ao Chile em 1991 com a restauração da democracia, mas deixou exercer a política, optando pelo ostracismo.