postado em 21/05/2019 04:29
O aniversário da reeleição de Nicolás Maduro foi celebrado, ontem, em manifestação que mobilizou apoiadores do presidente da Venezuela pelas ruas do centro de Caracas. A denominada Marcha da Vitória seguiu da Plaza Morelos ao Palácio de Miraflores, sede do governo, onde Maduro, em discurso, anunciou a antecipação das eleições para a Assembleia Nacional, de maioria opositora e atualmente comandada por Juan Guaidó, seu principal adversário político, reconhecido como presidente venezuelano por mais de 50 países.
;Vamos realizar eleições, vamos a eleições adiantadas para a Assembleia Nacional;, disse Maduro, cuja reeleição é considerada ilegítima pela oposição, que denuncia uma série de irregularidades no pleito. Eleita em 2015 para um mandato de cinco anos, a atual legislatura venezuelana se encerra oficialmente em dezembro de 2020.
Em meio às celebrações dos chavistas, a Assembleia Nacional Constituinte (ANC), que rege a Venezuela com poderes absolutos, decidiu estender suas funções até o fim do ano que vem, acentuando a disputa de poder entre Maduro e Guaidó. Seus 545 integrantes, todos pró-governo, foram eleitos em 30 de julho de 2017 em pleito questionado pela oposição, que não participou, e não for reconhecido pelos Estados Unidos e diversos países latino-americanos.
A princípio, a ANC estava programada para durar dois anos, até agosto de 2019, mas Diosdado Cabello, o número 2 do chavismo, advertiu em meados do ano passado que poderá ser prorrogada por tantos anos quanto for necessário. E foi o que aconteceu ontem. Um decreto, lido por Cabello, que presidente a Assembleia, estabeleceu seu funcionamento ;ao menos até o dia 31 de dezembro do ano de 2020;.
Na prática, a Constituinte substituiu o parlamento, anulado pela justiça, promulgando decretos-lei de aplicação imediata. Nas últimas semanas, a ANC revogou, por exemplo, a imunidade parlamentar de diversos deputados da Assembleia Nacional por envolvimento na fracassada tentativa de levante cívico-militar liderado por Juan Guiadó em 30 de abril passado. Também destituiu Luisa Ortega Díaz, procuradora-geral e ex-chavista que rompeu com Maduro durante os protestos de 2017. Até o momento, a Constituinte não apresentou um projeto de Carta Magna.
Antes do discurso, Maduro lançou, pelas redes sociais, uma provocação à oposição. ;Celebramos o primeiro aniversário da vitória popular de 20 de maio, dia em que os venezuelanos decidiram em favor da paz, da democracia e da liberdade;, escreveu, acrescentando: ;Aqui manda o Povo!”
Protesto no Peru
Centenas de pessoas protestaram ontem contra a cobrança de pedágios nas estradas de Lima, construídas em concessão pelas empresas brasileiras Odebrecht e OAS, protagonistas de um mega escândalo de corrupção que atingiu quatro ex-presidentes e outras autoridades do país. ;Esses pedágios são frutos da corrupção, reclamamos o cancelamento da concessão (das vias);, disse o prefeito de Lurín, Jorge Marticorena. Houve protestos semelhantes em rodovias do norte da capital, ao mesmo tempo que entrou em discussão o possível cancelamento das concessões.