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Chanceler rebate Trump

Chefe da diplomacia da República Islâmica menospreza as %u201Cprovocações genocidas%u201D do presidente dos Estados Unidos e lembra que, na história milenar do país, os conquistadores estrangeiros falharam

postado em 21/05/2019 04:29
Mohamad Javad Zarif, chanceler iraniano:

Teerã não se intimidou diante das ameaças feitas por Donald Trump, de que a República Islâmica será destruída caso ataque interesses norte-americanos. Em resposta, o ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohamad Javad Zarif, afirmou ontem que ;as provocações genocidas; do presidente dos Estados Unidos ;não acabarão; com o país. ;Trump espera conseguir algo que Alexandre (Magno), Gengis (Khan) e outros agressores falharam;, escreveu o chanceler em sua conta no Twitter, referindo-se a dois conquistadores estrangeiros que dominaram a Pérsia, o antigo Irã, em um determinado período de sua história milenar.

O novo foco de tensão entre os dois países foi aberto no sábado, quando Zarif, durante visita à China, assegurou que não haverá guerra no Oriente Médio. E deu dois motivos. O primeiro é que o Irã não deseja o conflito. Além disso, o chanceler disse que nenhum país ;tem ilusões; sobre sua capacidade de enfrentar Teerã, de acordo com a agência oficial de notícias Irna. ;Se o Irã quer lutar, será o fim oficial do Irã. Nunca ameacem os Estados Unidos de novo;, tuitou Trump no dia segunte.

Nas mensagens postadas ontem, Zarif prosseguiu: ;Os iranianos permaneceram de pé durante milênios enquanto todos os agressores foram embora. O terrorismo econômico e as provocações genocidas não acabarão com o Irã. Nunca ameace um iraniano. Tente o respeito. Funciona.;

O clima beligerante entre Washington e Teerã cresceu, nas últimas semanas. E piorou consideravelmente depois que os EUA reforçaram sua presença militar no Golfo Pérsico para aumentar a pressão sobre os iranianos. O governo Trump enviou um porta-aviões, um navio de guerra, aviões bombardeiros B-52 e uma bateria de mísseis Patriot para enfrentar as supostas ameaças iranianas, fundamentadas em fotografias que mostrariam embarcações carregadas de mísseis.

Além disso, a Casa Branca retirou os funcionários diplomáticos não emergenciais do Iraque, citando ameaças de grupos armados iraquianos apoiados pelo Irã.





Alerta
O ministro britânico das Relações Exteriores, Jeremy Hunt, deu um conselho aos iranianos: não subestimem a determinação dos americanos. ;Os americanos não buscam o conflito, não querem uma guerra com o Irã, mas se os interesses americanos forem atacados, responderão, e isso é algo sobre o que os iranianos têm que refletir muito atentamente;, alertou.

Hunt não escondeu que a situação causa grande apreensão no Ocidente. ;É claro que estamos preocupados e queremos uma desescalada;, afirmou, responsabilizando as ;atividades desestabilizadoras; do Irã pelo cenário atual.

As relações entre os Estados Unidos e o Irã, ruins desde a década de 1970, deterioraram-se ainda mais desde que Trump decidiu, em maio de 2018, retirar-se unilateralmente do acordo internacional alcançado em 2015, em Viena sobre o programa nuclear iraniano. Com o pacto, que deveria acalmar os temores da comunidade internacional sobre o acesso do Irã à bomba atômica, Teerã concordou em limitar drasticamente seu programa nuclear em troca de uma suspensão das sanções contra ele.

Mas, ao renunciar ao acordo, celebrado durante a gestão de Barack Obama, Washington voltou a impor severas sanções extraterritoriais à República Islâmica. Essa política de Washington impede que o Irã aproveite dos benefícios que esperava obter com o acordo. Teerã denunciou isso repetidamente, chamando a situação de ;crime contra a humanidade; ou de ;terrorismo econômico;.

Trump, que defende uma política de ;pressão máxima;, tenta levar Teerã a negociar um novo acordo, a seu ver, melhor do que o de Viena. O Irã, porém, descarta qualquer nova negociação ;com o atual governo dos EUA; e ameaça desconsiderar, gradativamente, os termos do pacto de 2015 caso os outros signatários ; Alemanha, China, França, Grã-Bretanha e Rússia ; não permitam que o documento contorne as sanções de Washington.





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