postado em 22/05/2019 04:08
A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May anunciou ontem a quarta versão de um acordo para a saída do país da União Europeia (UE), prevista para 31 de outubro. Na esperança de conquistar o apoio da maioria do parlamento, após três derrotas, ela incluiu na proposta a possibilidade de os deputados decidirem, futuramente, sobre a celebração de um segundo referendo e uma união aduaneira temporária com o bloco continental.
;Há uma última chance de encontrar a maneira; de dar fim ao impasse do Brexit, afirmou a priemiê conservadora, que inseriu no projeto, ainda sem data para votação na Câmara dos Comuns, exigências da oposição trabalhista ; com quem negociava até sexta-feira. Abertos no início de abril, esses diálogos tinham por objetivo compor maioria parlamentar.
May tinha anunciado a intenção de submeter um novo acordo ao Parlamento, desta vez no formato de uma Lei sobre o Acordo de Retirada. Se aprovada, ela dará aos deputados a chance de convocar um segundo referendo e a manutenção temporária do Reino Unido, com base em uma união aduaneira com a UE ; fórmula que agrada os trabalhistas.
Após o referendo de junho de 2016, no qual 52% dos britânicos votaram a favor do Brexit, o país deveria ter deixado a UE em 29 de março de 2019. Contudo, as derrotas sucessivas da premiê na tentativa de aprovar o acordo de ;divórcio; levaram o governo de Londres a negociar seguidos adiamentos, e o prazo final foi remarcado para 31 de outubro.
O porta-voz David Lidington, considerado informalmente o ;vice-premiê;, embora não tenha cargo formal no gabinete, tinha dito, há duas semanas, que o governo tentava encontrar uma solução ;antes do recesso; parlamentar, a partir de 20 de julho.
Nas três votações anteriores na Câmara dos Comuns, o acordo de May para o Brexit foi rejeitado por dezenas de deputados rebeldes das próprias fileiras conservadoras ; os mais eurocéticos, descontentes com a condução das negociações com Bruxelas. Para tentar convencê-los, a premiê prometeu deixar o poder assim que o texto seja aprovado.
Os antieuropeus radicais acham que a chefe de governo fez concessões inaceitáveis para a UE e querem tirá-la do cargo para a segunda e mais importante etapa do Brexit: as negociações sobre o futuro relacionamento. No entanto, a promessa desesperada da premiê não bastou para conseguir a aprovação do acordo. Sem opções, ela se voltou para a oposição trabalhista, aumentando ainda mais o descontentamento no Partido Conservador, cujos deputados pediram, na semana, passada, que ela defina uma data para a renúncia ; qualquer que seja o resultado da próxima votação.