postado em 23/05/2019 04:09
Cerca de 5 bilhões de pessoas no mundo seguem uma dieta rica em gordura trans, um hábito ligado a pouco mais de meio milhão de mortes por ano em decorrência de doenças cardiovasculares ; no Brasil, são 19 mil. Os dados fazem parte do primeiro relatório anual sobre a eliminação global de gordura trans nos alimentos, divulgado ontem pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
De acordo com o documento, mais de 28 países conseguiram aprovar ações regulatórias específicas de banimento ou restrição a essa substância. A Dinamarca foi a primeira nação a eliminar a gordura trans dos alimentos, em 2004. Entre 2008 e 2011, Suíça, Áustria e Islândia aprovaram leis restritivas. Estados Unidos e Canadá fizeram o mesmo no ano passado. No Brasil, não há medidas do tipo, mas grupos como a Associação Brasileira de Nutrição (Asbran) e o Conselho Nacional de Nutrição (CFN) trabalham em projetos de conscientização sobre os danos à saúde causados pela gordura trans.
Em 2018, a OMS lançou um projeto para eliminar globalmente o uso dessa gordura até 2023. No relatório, também são apresentadas medidas para facilitar a mudança. Segundo os especialistas da agência de saúde, optar pelo uso de óleos e gorduras mais saudáveis não altera o sabor dos alimentos ou o custo para o consumidor. ;Algumas empresas multinacionais comprometeram-se e tomaram medidas para eliminar a gordura trans de suas linhas de produtos. Embora esse progresso seja encorajador, a grande maioria dos países ainda não tem políticas em vigor para proteger seus cidadãos dos efeitos nocivos da gordura trans;, destacam os autores.
Esse tipo específico de gordura é formado por um processo industrial chamado de hidrogenação e incorporado a alimentos industrializados com o objetivo de aumentar o prazo de validade. Pesquisas têm demonstrado que o consumo regular dessa substância pode aumentar o colesterol ruim e diminuir o colesterol bom, o desencadeia o aumento de risco de surgimento de problemas cardiovasculares e de acidente vascular cerebral (AVC).