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Impeachment de Trump agora seria prematuro, diz líder democrata

Nancy Pelosi disse que Trump está 'decepcionado' de que a oposição não tenha tomado o caminho do impeachment

Agência France-Presse
postado em 23/05/2019 19:18
Nancy Pelosi
Washington, Estados Unidos - A presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, afirmou nesta quinta-feira (23/5) que está cedo para iniciar um processo de impeachment do presidente Donald Trump, uma iniciativa que ela considera "muito divisiva".

Pelosi disse que Trump está "decepcionado" de que a oposição não tenha tomado o caminho do impeachment, já que essa iniciativa poderia fortalecer suas tentativas de reeleição.

"Podemos entregar os fatos ao povo americano por meio de nossa investigação", disse Pelosi à imprensa, referindo-se à apuração iniciada pelo Legislativo sobre Trump.

"Pode nos levar a um momento em que o impeachment seja inevitável, ou não, mas não estamos nesse momento", acrescentou.

"Acho que um impeachment seria, sem dúvida, uma fonte de grandes divisões para o nosso país", acrescentou. Segundo Pelosi, "a Casa Branca está pedindo o impeachment aos gritos".

A tensão entre Trump e os democratas aumentou depois que o presidente anunciou, ontem, que não haverá mais cooperação em projetos como o plano de infraestrutura, por exemplo, até que os democratas ponham fim às suas "investigações falsas" contra ele.

Pouco antes, Pelosi o havia acusado publicamente de estar "envolvido em uma operação de encobrimento" sobre a investigação sobre a intromissão russa nas eleições de 2016.

Desde então, Trump lançou vários ataques pelo Twitter, acusando os democratas de "perseguição" e de serem o "partido que não faz nada".

Pelosi teme que a abertura de um processo de impeachment prejudique os democratas nas urnas em 2020. A líder democrata acredita que a guerra política de Washington, que já cansa os eleitores, ofuscará as mensagens de campanha sobre os temas que realmente preocupam a população.

- Com raiva, mas não furioso -
Na quarta-feira (22/5), Trump encerrou abruptamente uma reunião da Casa Branca com os líderes democratas Nancy Pelosi e Chuck Schumer.

Após o mal-estar, foi convocada uma coletiva de imprensa em que ele se mostrou furioso. Depois disso, ele disparou vários tuítes acusando os democratas de "assediá-lo" com várias consultas parlamentares e de serem parte de um "partido que não faz nada". Pelosi chegou a chamar a raiva de "birra".

Nesta quinta, Trump negou essa atribuição a seu comportamento em um tuíte. "Ontem estive extremamente tranquilo sobre minha reunião com Pelosi e Schumer, sabendo que eles diriam que ele estava furioso, junto com seus companheiros, os veículos de notícias falsas", escreveu.

"Bom, de toda forma, muitas matérias sobre a reunião usam a versão da ira. Imprensa falsa e corrupta".

A assessora principal de Trump, Kellyanne Conway, disse à Fox News que "na realidade (Trump) nunca levantou a voz".

Os democratas "o arruinaram uma hora antes", disse Conway, "ao dizer que ele está envolvido em um encobrimento, para depois vir aqui e fingir que está bem e que vamos falar de infraestrutura".

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