Agência Estado
postado em 25/05/2019 18:58
Representantes do governo e da oposição da Venezuela decidiram retornar a Oslo, capital da Noruega, para mais um esforço de mediação destinado a resolver a crise política no país sul-americano. A decisão foi anunciada neste sábado pelo governo norueguês.
As autoridades norueguesas irão mediar as discussões na próxima semana, em um sinal de que as negociações estão ganhando tração após meses de escalada nas tensões entre o presidente venezuelano Nicolás Maduro e o líder da oposição Juan Guaidó. A ministra das Relações Exteriores da Noruega, Ine Eriksen Soreide, elogiou os dois lados por seu comprometimento.
No início do mês, representantes dos dois lados viajaram ao país europeu para negociações, mas ainda não estava claro se o grupo continuaria engajado nas conversas em meio a tentativa frustrada da oposição para depor Maduro, em 30 de abril.
O esforço diplomático reflete o reconhecimento entre os venezuelanos de que nenhum dos lados conseguiu prevalecer na disputa pelo poder, deixando o país em um estado de paralisia política após anos de hiperinflação e racionamento de comida e medicamentos. Milhões de venezuelanos já deixaram o país, criando a maior crise de migração da América Latina.
Os Estados Unidos e uma lista de mais de 50 países apoiam o autoproclamado presidente Guaidó. Os norte-americanos também impuseram sanções sobre a venda de petróleo do país para tentar forçar a renúncia de Maduro, cujos aliados-chave são Cuba, Rússia e China.
A Noruega tem uma longa e bem sucedida história de mediação de conflitos internacionais. O país esteve presente nas negociações de paz entre israelenses e palestinos, em setembro de 1993, e entre rebeldes maoistas e o governo das Filipinas, em 2011. Em 2002, o governo norueguês também intermediou o cessar-fogo entre o governo do Sri Lanka e os rebeldes do grupo Tigres de Libertação da Pátria Tâmil. Sete anos atrás, mediadores do governo colombiano e dos rebeldes das FARC realizaram na Noruega suas primeiras negociações diretas em uma década. Fonte: Associated Press.