postado em 27/05/2019 04:06
Um dos pontos de destaque da eleição para a Eurocâmara é a possível vitória do partido de extrema direita de Marine Le Pen, na França, sobre os centristas, do presidente Emmanuel Macron. Pesquisas indicam que a lista Agrupação Nacional (ex-Frente Nacional, ultradireita) obterá entre 23% e 24,2% dos votos, à frente da Lista Renascimento ; que inclui o partido de Macron, a República em Marcha (LREM) e outros grupos centristas ;, com projeção de 21,9% a 22,5%.
Le Pen comemorou o resultado não oficial. ;Isso é vital e feliz para um país que navega em um estado de confusão. Em face da desvantagem democrática dessa noite, é necessário retirar as conclusões necessárias;, disse. O candidato Jordan Bardella, líder da Agrupação Nacional, avaliou que os resultados representam ;um fracasso; do governo e considerou a derrota de Macron uma rejeição à agenda pró-empresarial e à visão europeísta do presidente francês.
Confirmada a vitória, Le Pen acumulará ganhos duplos: além de mais eurodeputados do que Macron na próxima legislatura da União Europeia (UE), obterá a desejada revanche das eleições presidenciais de 2017, quando perdeu para o jovem astro pró-Europa.
Para Macron, que se posicionou como um nome contra o populismo e líder da refundação da UE, a derrota representará um duro golpe em termos de imagem e influência no exterior, além de selar o cenário turbulento em nível nacional. O presidente enfrenta seis meses de crise política e os protestos regulares dos coletes amarelos, coletivo que expressa o descontentamento dos franceses de classe mais baixa contra as políticas fiscal e social. Em um comunicado do Palácio do Eliseu, Macron lamentou não estar à frente, mas ressaltou que ;não é uma derrota;.
Sem mudanças
Uma fonte do Palácio do Eliseu declarou ontem à agência Reuters que, se confirmado, o segundo lugar do partido do presidente Emmanuel Macron nas eleições para o Parlamento europeu pode ser considerado uma grande desapontamento, mas não trará mudanças no estilo reformista do governo. ;Existe, é claro, uma decepção. Mas o resultado é absolutamente honroso em comparação com a performance de outros presidentes em eleições europeias anteriores;, disse.
Ainda de acordo com a fonte, que é um funcionário do gabinete de Macron, o objetivo do presidente é intensificar o novo ato de sua presidência em nível nacional. ;Nosso objetivo é que os franceses sintam a mudança. Já temos sinais positivos em relação ao desemprego e ao poder de compra;, ressaltou.