postado em 27/05/2019 04:06
As projeções das eleições para o próximo Parlamento da União Europeia (UE) indicam que a nova Eurocâmara será mais fragmentada, mas com a maioria de representantes pró-europeus. Os grupos tradicionais ; Partido Popular Europeu (PPE) e os social-democratas ; devem perder espaço, devido à ascensão de liberais, ecologistas e eurocéticos. Esses últimos devem comemorar vitórias em países importantes, como Itália, Reino Unido e França, mas seguirão como minoria. Encerradas ontem, as eleições são a nona da história do conselho. Candidatos de 28 países disputaram 751 cadeiras em uma instituição cujo objetivo é defender os interesses comuns da UE e substituir uma legislatura que vem enfrentando temas fortes, como a imigração e a saída do Reino Unido.
Antes mesmo da divulgação final do resultado, o PPE reivindicou sua vitória e a próxima presidência da Comissão Europeia, a principal posição em jogo. A sigla e os social-democratas se mantêm no controle do Parlamento desde 1979. O novo pleito, porém, deve pôr fim ao bipartidarismo, com os grupos recuando para 178 e 152 assentos, respectivamente. A estimativa é de que os liberais fiquem com 108 assentos, os ecologistas, 67, e os eurocéticos, seja de ultradireita ou os conservadores, 169.
;Uma das primeiras lições é que a onda de partidos nacionalistas e eurocéticos é muito contida;, se deixarmos de lado a Agrupação Nacional (na França) e a Liga (na Itália);, avaliou Eric Maurice, da Fundação Robert Schuman, referindo-se aos partidos de extrema-direita de França e Itália.
Com o boom eurocético mais contido, os olhares estarão voltados para a reunião de amanhã dos líderes da UE que, com base nos resultados das eleições, deve começar a discutir quem sucederá Jean-Claude Juncker à frente da Comissão. Para Udo Bullmann, líder dos social-democratas no Parlamento, confirmada a nova composição, o PPE ;não pode mais pretender ser o líder natural da maioria do Parlamento Europeu;.
O resultado na Espanha pode ter ajudado a conter os eurocéticos. É o único dos seis grandes países do bloco em que, de acordo com projeções, os socialistas vencerão. Eles devem obter 33% dos votos e 20 deputados ; o país tem 54 cadeiras no Parlamento ;, muito à frente do conservador Partido Popular (20% dos votos, 12 assentos). Com o resultado, o primeiro-ministro Pedro Sanchez sai fortalecido após vitória, sem maioria absoluta, nas legislativas do mês passado.
Abstenção menor
A eleição para a Eurocâmara contou com o mair número de eleitores nos últimos 20 anos. Segundo o porta-voz Parlamento Europeu, Jaume Duch, sem considerar o Reino Unido, o número estimado de participação se aproxima de 51%. ;Na inclusão da população inglesa, esse número pode ficar entre 49% e 52%;, ressaltou, ontem, antes do fim das votações, iniciadas na quinta-feira.
Em 2014, foi registrado o pior índice de participação: 42,6%. Desde as primeiras eleições, em 1979, quando o comparecimento às urnas foi de 62%, a afluência caiu progressivamente e, em 1999, passou para abaixo de 50%. Em 2015, Bélgica (89,7%) e Luxemburgo (85,6%) registraram a maior taxa de participação no pleito. O voto é obrigatório em ambos os países, assim como na Bulgária, no Chipre e na Grécia.
A estimativa é de que 427 milhões de pessoas poderiam participar do pleito, o que faz dessa votação a segunda com o maior número de eleitores, atrás apenas das legislativas na Índia. Os cidadãos vão eleger um total de 751 representantes para o Parlamento Europeu, distribuídos segundo o número de habitantes em cada país: de 96 na Alemanha a seis em Luxemburgo. Quando o Reino Unido deixar a União Europeia, o Parlamento contará com 705 cadeiras, já que uma parte dos representantes britânicos será suprimida, e algumas cadeiras, distribuídas entre outros países. França e Espanha, por exemplo, ganharão mais cinco assentos.
"Uma das primeiras lições é que a onda de partidos nacionalistas e eurocéticos
é muito contida,se deixarmos de lado a Agrupação Nacional (na França) e a Liga (na Itália);
é muito contida,se deixarmos de lado a Agrupação Nacional (na França) e a Liga (na Itália);
Eric Maurice,
da Fundação Robert Schuman