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Estado canadense quer processar fabricantes e vendedores de opioides

Mais de 10 mil pessoas morreram de overdose no Canadá desde o início da crise de opioides no começo de 2016

Agência France-Presse
postado em 27/05/2019 18:15
Mais de 10 mil pessoas morreram de overdose no Canadá desde o início da crise de opioides no começo de 2016A província mais povoada do Canadá, Ontário, anunciou nesta segunda-feira sua intenção de processar os fabricantes de opioides para conseguir indenizações que compensem o dinheiro gasto para enfrentar a crise da saúde provocada pelo uso abusivo desses analgésicos.

A ministra da Justiça de Ontário, Caroline Mulroney, afirmou à imprensa que sua região se uniria à província de Colúmbia Britânica na ação judicial coletiva lançada no ano passado contra cerca de 40 fabricantes e vendedores varejistas de opioides.

"A crise dos opioides teve um custo muito alto para a população de Ontário, tanto em vidas humanas como nas repercussões sobre os cuidados sanitários", declarou Mulroney.

A procuradora-geral de Ontário publicou um projeto para que o governo da província possa processar os fabricantes e os vendedores varejistas de opioides "por seus supostos atos repreensíveis para compensar os gastos passados, presentes e futuros dos cuidados de saúde devido a ferimentos ou doenças relacionadas com os opioides".

Mais de 10 mil pessoas morreram de overdose no Canadá desde o início da crise de opioides no começo de 2016, segundo as estatísticas mais recentes do governo canadense.

Diante desta crise, Ottawa desbloqueou cerca de 400 milhões de dólares canadenses (cerca 297 milhões de dólares) para ajudar os governos estaduais, que tiveram a maior parte dos gastos com saúde relacionados a essa crise.

Colúmbia Britânica processou, entre outras empresas, a Purdue Pharma, que fabrica o analgésico OxyContin, acusado de provocar milhares de overdoses no Canadá e nos Estados Unidos.

"Esses fabricantes e vendedores varejistas de opioides não avisaram aos médicos e às pessoas dos perigos dos opioides e apresentaram-nos como se fossem mais seguros e menos viciantes que os demais medicamentos, embora não seja verdade", afirma o processo.

Essa província e Ontário ainda não revelaram o montante da indenização que pretendem demandar.

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