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Parlamento prepara caminho para eleição

Correio Braziliense
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postado em 28/05/2019 04:07
Premiê Benjamin Netanyahu: incapaz de formar coalizão
A Knesset (Parlamento israelense) aprovou ontem, de forma preliminar, uma lei para sua dissolução. A medida é considerada o primeiro passo para a realização de possíveis novas eleições. Depois das eleições legislativas de 9 de abril, as negociações para a formação de um Executivo foram bloqueadas. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu garante, no entanto, que terá tempo para formar uma coalizão. O prazo, no entanto, termina na noite de amanhã, quando expira o mandato do presidente Reuvan Rivlin.

Um dos grandes entraves de Netanyahu é seu ex-ministro da Defesa, Avigdor Lieberman, que não parece querer ceder em uma de suas exigências para aceitar participar do governo ; uma lei sobre o serviço militar de judeus ultraortodoxos. ;Eu propus uma solução, mas, até agora, infezlimente, não consegui convencer Avigdor Lieberman;, declarou Netanyahu aos parlamentares. ;Vamos formar este governo de direita. Ainda há tempo e, em 48 horas, podemos fazer muitas coisas. ;Não há nenhum motivo para fazer eleições inúteis, que custarão caro e bloquearão todas as atividades no país;, acrescentou, ontem pela manhã. Pouco depois, em entrevista coletiva, o premiê fez um apelo às forças políticas de Israel: ;A realidade é que nós devemos ser responsáveis e formar um governo imediatamente;.

O jornal Haaretz sustenta que, caso o impasse entre Lieberman e os partidos ultraortodoxos não seja solucionado até amanhã, a lei aprovada em primeira instância pela Knesset pode obter o resto dos votos necessários para a dissolvição do parlamento e a convocação do pleito.

A realização de novas eleições tão rapidamente é algo sem precedentes em Israel. Existe uma preocupação com os custos e com as implicações desta prolongada paralisia política. Esse também seria um duro revés para Netanyahu, que recebeu apoio do presidente norte-americano, Donald Trump, um aliado próximo.

De acordo com o jornal The Jerusalem Post, caso a Knesset agende novas eleições para agosto ou setembro, um novo governo não deverá prestar juramento antes do começo de novembro. No sábado, Netanyahu enfrentou um protesto de milhares de israelenses contra possíveis acordos de coalizão, o que, para a oposição, poderia representar a derrocada da democracia no país. Especulações indicam que membros do eventual novo governo de unidade poderiam aceitar medidas para enfraquecer o Judiciário, o qual busca iniciar um processo contra Netanyahu por suspeitas de corrupção. O procurador geral israelense, Avichai Mandelblit, adiou para o início de outubro a data em que o primeiro-ministro deve responder às acusações contra ele. Netanyahu nega as acusações e denuncia uma ;caça às bruxas;.

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