Agência France-Presse
postado em 28/05/2019 17:28
[FOTO1]Representantes do presidente venezuelano, Nicolás Maduro e do líder opositor Juan Guaidó negociam atualmente na Noruega no âmbito de uma mediação do país escandinavo, informaram à AFP fontes próximas ao processo.
No sábado, a diplomacia norueguesa anunciou que representantes dos dois se reuniriam nesta semana, sem detalhar data e local.
Guaidó tinha afirmado que seus representantes se reuniriam "tanto com o governo norueguês, quanto com os representantes do regime".
As tratativas começaram na segunda e se estenderam até tarde da noite. Elas devem ser concluídas na quarta - uma data que pode ser alterada -, segundo fontes próximas ao processo.
Nenhuma parte do conteúdo e do formato dessas discussões foi vazado à imprensa.
A porta-voz do Departamento de Estado americano, Morgan Ortagus, afirmou nesta quarta (28) à imprensa que as negociações, apoiadas pelos EUA, devem ter como enfoque a saída de Maduro.
"Tomamos nota dos diálogos na Noruega. Como dissemos reiteradamente, os Estados Unidos acreditam que a única coisa que pode ser negociada com Maduro são as condições de sua saída", afirmou.
"Em vista de os esforços anteriores para negociar terem fracassado porque o regime lhes utilizou para dividir a oposição e ganhar tempo, esperamos que as negociações em Oslo se concentrem na saída de Maduro como pré-condição para avançar", disse Ortagus.
O governo do presidente Donald Trump descartou diversas vezes dialogar com o mandatário socialista, que classifica como "ditador".
Consultado pela AFP sobre o conteúdo dos diálogos, o Ministério de Relações Exteriores da Noruega se recusou a comentar.
De acordo com o ALnavío, portal especializado em atualidades latino-americanas, o principal ponto de discussão é a realização de eleições "livres e justas" reclamadas por Guaidó.
A Venezuela enfrenta a pior crise política e econômica de sua história recente. O governo de Maduro e a oposição reunida atrás de Guaidó, autoproclamado presidente interino e reconhecido como tal por cerca de 50 países, aceitaram a mediação norueguesa.
Representantes das duas partes já haviam se encontrado separadamente com seus anfitriões em meados de maio na Noruega, mas não tiveram nenhum contato direto.