postado em 29/05/2019 04:28
A delegação dos Estados Unidos decidiu abandonar a Conferência de Desarmamento, um fórum internacional da ONU que se reúne em Genebra, depois que a Venezuela assumiu a presidência rotativa. ;O que ocorre aqui dentro agora mesmo é uma diatribe de propaganda;, disse o embaixador americano Robert Wood, antes de afirmar que a Venezuela é um ;Estado pária;. ;Independentemente do que falarem ali, o que decidirem, não tem absolutamente nenhuma legitimidade, porque é um regime ilegítimo que preside este fórum;, completou, em referência ao governo do presidente Nicolás Maduro.
O embaixador americano saiu da sala imediatamente depois que o embaixador da Venezuela na ONU em Genebra, Jorge Valero, começou a discursar após assumir a presidência. Os Estados Unidos e outros 50 países reconheceram o opositor venezuelano Juan Guaidó como presidente interino. Um representante de Juan Guaidó, o presidente interino, deveria estar neste fórum, deveria estar sentado na cadeira agora mesmo;, disse Wood.
A Conferência de Desarmamento (CD) foi um fórum chave da ONU na negociação de acordos de controle de armas, mas nos últimos anos acabou bloqueado por divergências diplomáticas. Wood descreveu a presidência da Venezuela do fórum como ;outro dia trágico na história do CD;, depois que no ano passado a Síria assumiu o posto, ocupado de maneira rotativa e por ordem alfabética dos países membros.
Grupo de Lima
Os chanceleres do Grupo de Lima, que reúne países latino-americanos e Canadá, se reunirão em 6 de junho na Guatemala para discutir a Venezuela. A porta-voz da chancelaria guatemalteca, Marta Larra, disse a jornalistas que a nova data foi fixada depois que o grupo adiou a data programada originalmente para 20 de maio. Ela informou que a decisão foi tomada porque os ministros do grupo decidiram esperar os resultados da missão política que será realizada na Venezuela pelo Grupo Internacional de Contato (GIC), formado por nações da América Latina e da Europa.
A chefe de política externa da União Europeia (UE), Federica Mogherini, nomeou o ex-chanceler uruguaio Enrique Iglesias como seu assessor especial para a Venezuela, apoiando os esforços do bloco e do GCI. O encontro na Guatemala foi programado diante de um agravamento da situação na Venezuela desde o começo de maio, após o fracassado motim de um grupo de militares.