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Reunião de cúpula de países islâmicos reforça apoio aos palestinos

Governo dos Estados Unidos deve apresentar um plano de paz para o conflito palestino-israelense

Agência France-Presse
postado em 01/06/2019 10:41
A reunião de países islâmicos manifestou apoio aos palestinos neste sábado (1/6), antes da apresentação por parte do governo dos Estados Unidos de um plano de paz para o conflito palestino-israelense, e respaldou a Arábia Saudita após os ataques que aumentaram a tensão na região.

Em um comunicado divulgado após o encontro, na cidade sagrada de Meca, a reunião de cúpula da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) denunciou a transferência da embaixada americana a Jerusalém, cidade que Washington reconheceu como capital de Israel.

O encontro da OCI, que tem 57 países membros que representam 1,5 bilhão de muçulmanos, defendeu um "boicote" aos países que abriram embaixadas em Jerusalém.

Israel anexou a zona leste da cidade, que a comunidade internacional considera um território ocupado. Os palestinos querem transformar esta parte da cidade na capital do Estado que almejam.

Uma ideia que desde sempre teve o apoio da OCI, uma organização fundada para defender os locais sagrados muçulmanos de Jerusalém após o incêndio, de caráter criminal, da mesquita Al Aqsa em agosto de 1969.

Ao mesmo tempo, a OCI destacou que a "paz e a estabilidade na região do Oriente Médio só chegarão quando Israel abandonar os territórios ocupados em 1967".

O apoio aos palestinos foi anunciado antes de Jared Kushner, genro e conselheiro do presidente americano, Donald Trump, apresentar um plano de paz para o conflito, o que deve acontecer em uma conferência no Bahrein no fim de junho.

Apoio a Riad

Ao comentar a situação no Golfo, a reunião expressou apoio sem limites às medidas de proteção adotadas pela Arábia Saudita após uma série de ataques que Washington e Riad atribuíram a Teerã.

A OCI, no entanto, evitou mencionar diretamente o Irã.

O encontro aconteceu após outras duas reuniões do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) e da Liga Árabe.

Em seu discurso, o rei Salman da Arábia Saudita mencionou os atos de sabotagem, em 12 de maio, de quatro navios e dois petroleiros saudita na entrada do Golfo, assim como um ataque com drone contra estações de bombeamento, dois dias depois, em um oleoduto saudita.

O monarca chamou os ataques de "grave ameaça".

Em resposta às reuniões do CCG e da Liga Árabe, o Irã acusou a Arábia Saudita de "semear a divisão na região".

O governo dos Estados Unidos enviou reforços militares à região e citou as "ameaças" iranianas.

As relações entre Estados Unidos e Irã estão no pior momento desde a retirada unilateral, em 2018, da administração de Donald Trump do acordo internacional sobre a questão nuclear iraniana.

Washington reforçou depois as sanções econômicas a Teerã e incluiu a Guarda Revolucionária, o exército ideológico do regime iraniano, na lista de "organizações terroristas".

Na reunião islâmica, o Irã foi representado por uma delegação integrada por funcionários do ministério das Relações Exteriores.

No comunicado final, a reunião de cúpula também citou a rejeição à anexação das Colinas de Golã, que Israel tomou da Síria em 1967, e sua condenação à islamofobia no Ocidente, que os países atribuíram ao escasso conhecimento da religião muçulmana.

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