postado em 05/06/2019 04:06
Provocou forte reação, interna e no exterior, o plano dos governantes militares de convocar eleições no Sudão em nove meses, um dia após a morte de mais de 35 pessoas na sangrenta repressão das forças de segurança em Cartum. Após o anúncio, os líderes do protesto convocaram a ;desobediência civil total; à junta e se manifestaram contrários à votação.
Também a comunidade internacional externou apreensão em relação à situação. Estados Unidos, Grã-Bretanha e Noruega denunciaram as decisões dos militares no poder no Sudão, que, na avaliação dos três países, colocam em risco uma ;transição ordenada; para um governo civil.
;O povo do Sudão merece uma transição ordenada, liderada por civis, que possa estabelecer as condições para eleições livres e justas, em vez de ter eleições precipitadas impostas pelas forças de segurança do CMT (Conselho Militar de Transição);, assinalou um comunicado conjunto.
As 35 mortes ocorreram quando o Exército dispersou manifestantes que se concentravam diante do Quartel-General das Forças Armadas para exigir a instauração de um governo civil. A junta destituiu o veterano presidente Omar al-Bashir em abril, após meses de protestos, e acertou uma transição de três anos para a posse de uma administração civil, criticado pelos manifestantes por ser demasiado longo.