O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, afirmou neste sábado que o presidente do país, Donald Trump, e o presidente chinês, Xi Jinping, se reunirão no encontro da cúpula do Grupo das 20 maiores economias do globo (G-20), no Japão no fim deste mês. A informação foi divulgada nos bastidores da reunião entre os ministros das finanças do grupo e banqueiros centrais em Fukuoka, no Japão. Mnuchin instou a China a voltar aos termos estabelecidos entre os dois países antes de as conversas terem sido interrompidas em maio. A China deve voltar "à base em que estávamos negociando", disse ele.
Mnuchin se recusou a comentar expectativas para a reunião entre os dois presidentes, afirmando apenas que o objetivo dos EUA é conseguir o "acordo correto" com os chineses.
Mnuchin e o presidente do Banco Central chinês, Yi Gang, se reunirão neste fim de semana. Será o primeiro encontro de autoridades de alto escalão dos dois países desde que as negociações esfriaram. O secretário do Tesouro americano minimizou a reunião, dizendo não ter "objetivos específicos" para o encontro com Yi sobre questões comerciais. "Esta não é uma reunião de negociação", disse ele.
Questionado se haveria reuniões ministeriais entre EUA e China antes da cúpula do G-20, Mnuchin informou que "não chegamos a esse nível de logística", mas disse que os EUA não tinham planos de visitar Pequim ou receber funcionários chineses em Washington.
As negociações entre os dois governos foram interrompidas depois de a administração Trump ter acusado negociadores chineses de retroceder no acordo. A partir de então, os dois lados deram início a novas rodadas de tarifas punitivas impostas sobre as importações de produtos.
Os EUA ameaçaram impor tarifas de 25% sobre um valor adicional de US$ 300 bilhões em produtos chineses, que poderiam começar a valer neste mês. Mnuchin afirmou que tais tarifas "estariam prontas" depois do G-20 e "talvez um pouco antes", já que Trump ainda não tomou uma decisão. O governo norte-americano também restringiu o acesso da gigante chinesa Huawei a tecnologias americanas.
Em contrapartida, Pequim sinalizou desejo de retomar o diálogo com os EUA, mas ameaçou adotar medidas não-tarifárias de retaliação. Entre elas, a restrição da venda de terras raras, minerais usados em produtos de alta tecnologia pelos americanos. Os chineses anunciaram também a criação de uma lista "negra" de companhias estrangeiras, e iniciou investigações sobre a FedEx por supostamente entregar remessas de forma equivocada. Fonte: Dow Jones Newswires.