Agência France-Presse
postado em 10/06/2019 21:33

O custo de vida em abril tinha aumentado 44,7%, com o que o acumulado este ano foi de 905,6%, segundo a Comissão de Finanças do Legislativo.
"As condições que levaram à hiperinflação se mantêm", disse o deputado Ángel Alvarado, membro deste comitê, durante coletiva de imprensa.
De fato, o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a inflação no país chegará a 10.000.000% ao fechamento de 2019.
Rompendo o silêncio de três anos, o Banco Central da Venezuela (BCV) revelou em 29 de maio passado que a inflação tinha alcançado 130.060% em 2018 e que a economia caiu à metade desde 2013.
O BC venezuelano ainda não divulgou as cifras de 2019.
O Legislativo, cujas decisões são consideradas nulas pela Justiça, que o considera em desacato, começou a fazer a estimativa por conta própria em 2017 e assegura que em 2018 a inflação foi de 1.698.488,2%.
A Venezuela atravessa a pior crise de sua história recente, o que levou 3,3 milhões de pessoas a migrarem desde 2016, segundo as Nações Unidas, em meio a tensões pela disputa de poder entre o presidente socialista Nicolás Maduro e o líder opositor Juan Guaidó.
Maduro lançou em agosto passado um programa de reformas que incluiu a eliminação de cinco zeros do bolívar e uma depreciação de 96% da moeda, prometendo pôr um fim à emissão de dinheiro sem lastro, o principal combustível da inflação, segundo analistas.
Mas desde então, a moeda venezuelana se depreciou outros 99,01%.