postado em 14/06/2019 04:18
Atingido por uma pronunciada queda de popularidade nas pesquisas de opinião, após pouco mais de um ano de mandato, o presidente do Chile, Sebastián Piñera, anunciou ontem uma profunda reforma ministerial. Com aprovação de 25%, contra uma taxa de 37% registrada em dezembro passado, Piñera empossou novos titulares nas pastas de Relações Exteriores, Saúde, Economia, Obras Públicas, Economia, Desenvolvimento Social e Energia, em cerimônia no Palácio de La Moneda. Na dança das cadeiras, quatros ministros deixaram o gabinete, enquanto dois apenas mudaram de ministérios.
O novo chanceler passa a ser o advogado Teodoro Ribera, que substitui Roberto Ampuero, criticado pela falta de experiência na área. Alfredo Moreno deixa o Desenvolvimento Social e assume a pasta de Obras Públicas, no lugar de Juan Andrés Fontaine, que passa a responder pela Economia.
;Quero compartilhar com todos os meus compatriotas algumas mudanças no gabinete, que considero necessárias para essa nova etapa que nosso país vive;, afirmou o presidente. ;Este ano de 2019 será mais exigente, e por muitas razões;, justificou-se no discurso com que encerrou a breve solenidade, destinada a colocar um ponto final em vários dias de especulações na imprensa sobre o futuro do governo.
Apesar dos intensos rumores e das pressões da oposição, Piñera optou por deixar intacto o chamado ;comitê político; do ministério. Trata-se de uma instância semi-informal, composta pelos titulares da Fazenda, da Secretaria-Geral do Governo e a da Presidência.
;Há um problema na condução política, portanto não se entende qual é o sentido das mudanças anunciadas;, criticou o dirigente opositor Fuad Chahin, presidente da Democracia Cristã. A reforma ministerial, a segunda no governo de Piñera, foi formalizada 15 meses depois de o político direitista ter tomado posse para seu segundo mantado ; não consecutivo. Em março de 2018, Piñera recebeu a faixa da socialista Michelle Bachelet, a quem ele próprio havia transferido o poder, em 2014.
;As modernizações e as reformas, apesar de nossa permanente disposição para o diálogo e a busca de acordos, não avançaram com a velocidade e a profundidade que o país e os chilenos requerem;, argumentou o presidente. Depois de um bom primeiro ano, no qual a economia chilena se expandiu a uma taxa de 4%, o início do segundo ano de mandato foi mais turbulento, com a desaceleração da economia em um contexto internacional incerto. Na frente interna, o governo enfrenta conflitos sociais, em especial uma greve de professores, que se prolonga por quase duas semanas.