Agência France-Presse
postado em 14/06/2019 09:25
As autoridades europeias detectaram uma "contínua e sustentada atividade de desinformação da parte de fontes russas" durante as eleições europeias, com o objetivo de influenciar os eleitores e desestimular sua participação, de acordo com um relatório divulgado nesta sexta-feira (14) pela Comissão Europeia.
Bruxelas havia soado o alarme no período que antecedeu as eleições no final de maio, com algumas autoridades identificando claramente Moscou como um potencial condutor de campanhas de "notícias falsas".
Os Estados membros foram convocados a coordenar sua vigilância e houve forte pressão nas redes sociais, como Facebook e Twitter.
Esta mobilização, no entanto, não revelou, propriamente falando, "uma campanha de desinformação transfronteiriça específica de fontes externas" visando as eleições europeias, indicaram as autoridades de Bruxelas, no relatório apresentado nesta sexta-feira.
Mas "as evidências reunidas revelaram atividades contínuas e sustentadas de desinformação por parte de fontes russas destinadas a limitar a participação eleitoral e influenciar as preferências dos eleitores".
Estas atividades, cujos autores não são claramente identificados no documento, cobriam "uma vasta gama de assuntos, desde o questionamento da legitimidade democrática da União Europeia até a exploração de debates públicos conflituosos sobre questões como a imigração e soberania".
"Houve uma tendência consistente por parte desses agentes maliciosos de usar a desinformação para promover pontos de vista extremos e polarizar os debates locais, incluindo ataques infundados à UE", diz o documento.
E esses "atores maliciosos" não são necessariamente de longe: "os atores políticos nacionais adotaram com frequência as táticas e histórias usadas por fontes russas para atacar a UE e seus valores".