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Holanda culpa russos e ucranianos

postado em 20/06/2019 04:18
O promotor Fred Westerbek apresenta as conclusões do inquérito sobre o Boeing abatido

Passados cinco anos, as autoridades da Holanda anunciaram ontem que três russos e um ucraniano serão formalmente acusados pelo disparo de um míssil que derrubou um avião comercial holandês sobre o leste da Ucrânia, em meio ao conflito entre o governo de Kiev e separatistas pró-Kremlin. O voo MH17 da companhia Malaysia Airlines transportava 298 pessoas entre Amsterdã e a capital malaia, Kuala Lumpur. Todos a bordo morreram. Holanda e Austrália, os dois países que perderam mais cidadãos no incidente, acusam diretamente o governo russo pelo ataque, mas Moscou nega qualquer envolvimento,

;Entregamos as ordens de prisão internacionais para os primeiros suspeitos;, afirmou para a imprensa o chefe de polícia da Holanda, Wilbert Paulissen. ;Eles também estarão nas listas nacionais e internacionais de pessoas procuradas. Por isso, revelamos os nomes completos e publicamos as fotos;, completou. Os acusados são os russos Sergei Dubinski, Igor Girkin e Oleg Pulatov e o ucraniano Leonid Kharchenko. O procurador Fred Westerbeke afirmou que os quatro teriam transportado da Rússia para o leste da Ucrânia o sistema de mísseis antiaéreos BUK usado para abater o avião, em 17 de julho de 2014.

O governo de Kiev, que firmou acordso para que os indiciados sejam julgados na Holanda, voltou ontem a cobrar de Moscou que assuma o papel desempenhado na tragédia. ;Pedimos à Federação Russa que assuma sua responsabilidade na entrega de armas; aos rebeldes pró-russos, diz uma nota oficial. A chancelaria russa repondeu classificando como ;totalmente infundadas; as conclusões apresentadas pelas autoridades holandesas. ;Mais uma vez, são lançadas acusações para desacreditar a Federação Russa diante da comunidade internacional;, afirma o comunicado divulgado em Moscou.

Liderada pela Holanda e com representantes de Austrália, Bélgica, Malásia, Holanda e Ucrânia, a equipe internacional de investigação conjunta (Joint Investigation Team, JIT) anunciou em maio de 2018 que o míssil que derrubou o avião era procedente da 53; brigada antiaérea russa. A base dessa unidade militar fica em Kursk, no oeste da Rússia. Os três russos acusados são apontados como integrantes dos serviços de inteligência, enquanto o ucraniano seria chefe de uma formação separatista.

Igor Girkin, apontado como coronel reformado do Serviço Federal de Segurança (FSB) e o suspeito de patente mais elevada, voltou a negar qualquer participação na derrubada do avião malaio. ;Tudo que posso dizer é que o Boeing não foi derrubado pelos rebeldes;, afirmou Girkin, que seria um dos líderes das forças pró-russas na região onde ocorreu a tragédia. Ele se recusou a prestar depoimento à Justiça holandesa.


298
total de mortos na queda do voo MH17, em 2014




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