postado em 20/06/2019 04:18
Em um estudo publicado na revista Nature, pesquisadores financiados pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos identificaram 27 novas variantes genômicas associadas a condições como pressão arterial, diabetes tipo 2, uso de cigarros e doença renal crônica em diversas populações. A equipe coletou dados de 49.839 afro-americanos, hispânicos/latinos, asiáticos, nativos havaianos, nativos americanos e pessoas que se identificaram como outras, sem se encaixarem nesses grupos étnicos.
O trabalho teve como objetivo compreender melhor como as variantes influenciam o risco de formação de certas doenças em pessoas de diferentes grupos étnicos. Para tanto, os pesquisadores procuraram especificamente variantes genômicas no DNA que estavam associadas a medidas que definem saúde e doença. A equipe descobriu que algumas variáveis são encontradas especificamente em certas etnias. Outras, como algumas relacionadas à função da hemoglobina (uma proteína no sangue que transporta oxigênio), são encontradas em vários grupos.
;Esse artigo nos dá um vislumbre de como a diversidade étnica pode ser aproveitada para entender melhor a biologia da doença e as implicações clínicas disso;, disse Lucia Hindorff, coautora do artigo. ;Ele representa um importante esforço para incorporar a diversidade em estudos de larga escala, desde o desenho da pesquisa até a análise dos dados;, sustenta.
Tabagismo
Além de encontrar novas variantes genômicas, o estudo avaliou se conhecidas associações de doenças com 8.979 variantes genômicas em populações de ancestralidade europeia poderiam ser detectadas em afro-americanos, hispânicos/latinos, asiáticos, nativos havaianos e nativos americanos. As descobertas mostram que a frequência das variações de DNA relacionadas a determinadas enfermidades pode diferir de um grupo para outro.
Por exemplo, uma forte associação foi encontrada entre uma nova variante genômica e fumantes, incluindo o consumo diário de cigarros, em participantes havaianos nativos. No entanto, essa relação foi ausente ou rara na maioria das outras populações. Não encontrar a variante em todos os grupos, apesar do grande número de participantes, reforça o argumento de nem sempre descobertas genéticas podem ser generalizadas, alertaram os autores do artigo.