Mundo

Sinais do Parkinson 30 anos antes dos sintomas

postado em 21/06/2019 04:17
Órgão saudável (esquerda) vai sofrendo alterações na função da serotonina (vermelho e amarelo)

Muito antes de causar os primeiros sintomas, o Parkinson vai mudando a composição do cérebro humano. Cientista do King;s College London identificaram alterações no órgão entre 15 a 20 anos antes do surgimento dos sinais iniciais da doença. Segundo eles, ao longo do tempo, ocorrem disfunções no sistema de serotonina, que controla o humor, o sono e o movimento. A descoberta, publicada na revista The Lancet Neurology, poderá ajudar na criação de medidas de rastreamento de indivíduos com maior risco de serem acometidos pela enfermidade degenerativa.

Mudanças no sistema de dopamina, neurotransmissor que começa a ficar escasso no cérebro de indivíduos com Parkinson, são apontadas como fator-chave da doença. O trabalho britânico traz uma perspectiva diferente. ;Mostramos que as mudanças no sistema da serotonina vêm em primeiro lugar (;) Nossos resultados sugerem que a detecção precoce de alterações nesse sistema poderia abrir portas para o desenvolvimento de novas terapias para retardar e, finalmente, prevenir a progressão do Parkinson;, frisa Marios Politis, líder do estudo.

Para chegar à conclusão, a equipe de cientistas analisou o cérebro de 14 moradores de vilarejos remotos no sul da Grécia e da Itália. Todos tinham mutações raras no gene SNCA, condição que torna praticamente certa a ocorrência da doença. No começo da pesquisa, metade do grupo havia sido diagnosticado com Parkinson, e a outra metade não apresentava sintomas da enfermidade.

Ao comparar as imagens do cérebro dos 14 voluntários com a de outros 65 indivíduos com Parkinson e 25 voluntários saudáveis, os pesquisadores conseguiram identificar mudanças cerebrais precoces no sistema de serotonina na faixa de 20 a 30 anos. ;A imagem cerebral do sistema da serotonina pode se tornar uma ferramenta valiosa;, frisa Heather Wilson, primeira autora do estudo. O Parkinson é considerado o segundo distúrbio neurodegenerativo mais comum, após a doença de Alzheimer. A doença é caracterizada por problemas cognitivos e de movimento.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação