A renúncia do presidente do Parlamento da Geórgia, um dia depois dos violentos confrontos registrados durante protesto contra o discurso de um deputado russo no plenário da antiga república soviética, não aplacou os ânimos dos manifestantes. Horas depois do anúncio de Irakli Kobajidze, membro do Partido Sonho Georgiano (Georgian Dream), cerca de 8 mil pessoas voltaram às ruas em Tbilisi, para exigir a saída de autoridades. O principal alvo da marcha foi o oligarca Bidzina Ivanishvili, o homem forte do país.
Ao discursar diante da multidão, Grigol Vachadzé, líder do principal partido da oposição, o Movimento Nacional Unido (MNU), criado pelo ex-presidente no exílio Mikhail Saakashvili, pediu eleições legislativas antecipadas, uma reforma eleitoral e a renúncia do ministro do Interior.
A crise no país teve início depois o que deputado russo Serguéi Gavrilov discursou do lugar destinado ao presidente da assembleia, durante uma conferência interparlamentar ortodoxa. A presença causou forte reação, considerando que os dois países enfrentaram uma curta guerra em 2008, após uma intervenção militar russa na Geórgia, e que Moscou mantém tropas em duas regiões separatistas da Prússia georgiana que fazem fronteira com seu território.
Os manifestantes, mobilizados em razão da visita, radicalizaram o protesto quando tomaram conhecimento do que ocorria dentro da assembleia. A polícia dispersou com gás lacrimogêneo a multidão que tentou invadir o parlamento. Pelo menos 200 pessoas ficaram feridas. A ONG Human Rights Watch denunciou as ações da polícia. A Anistia Internacional pediu uma ;investigação séria; sobre o episódio. Em meio ao impasse, Vladimir Putin assinou decreto que proíbe as companhias aéreas russas de voar para a Georgia a partir de 8 de julho.
Em Hong Kong, pressão contra governo
Vestidas de preto, milhares de pessoas marcharam ontem rumo à sede da polícia de Hong Kong para exigir a renúncia da chefe de Governo local, Carrie Lam, e a libertação das pessoas detidas nos últimos dias, na pior crise da história da ex-colônia britânica em décadas. No caminho, aos gritos de ;vergonha;, muitos manifestantes bloquearam temporariamente Harcourt Road, uma grande avenida diante do Parlamento. Os manifestantes exigem que o governo de Hong Kong elimine por completo um polêmico projeto de lei sobre extradições para a China continental. ;O governo ainda não respondeu as nossas reivindicações. Depois de todos esses dias, eles continuam falando bobagens e jogando a culpa um no outro;, declarou Poyee Chan, 28 anos.