Mundo

Palestina rejeita plano econômico

postado em 23/06/2019 04:17


Donald Trump anunciou detalhes econômicos do plano de paz para o Oriente Médio que será apresentado nesta semana, em Bahrein. A proposta é levantar mais de US$ 50 bilhões para os palestinos e dobrar o Produto Interno Bruto (PIB) do país em uma década, além de reduzir a taxas de pobreza em 50% e criar 1 milhão de postos de trabalho. Segundo o presidente americano, a iniciativa pretende reformar a economia palestina e vinculá-la à de seus vizinhos, buscando gerar maior investimento estrangeiro.

O projeto ;Da Paz à Prosperidade;, porém, não menciona algumas das questões mais difíceis do conflito, incluindo o status de refugiados, Jerusalém ou fronteiras. Marcada para terça e quarta-feira, a conferência será liderada por Jared Kushner, genro e conselheiro do presidente americano, e é encarada pelos americanos como ;o esforço internacional mais ambicioso e abrangente para o povo palestino até agora;.

De acordo com o Executivo americano, ;o plano pode transformar a Cisjordânia e Gaza de maneira fundamental e abrir um novo capítulo na história palestina, um capítulo definido não por dificuldades e perdas, mas por liberdade e dignidade;. O componente político da proposta será discutido posteriormente.

A Autoridade Nacional Palestina, porém, já anunciou seu boicote ao plano, considerando que o governo Trump, que apoia abertamente Israel, tenta comprar os palestinos e, assim, privá-los de um Estado independente. Ontem, o presidente Mahmud Abbas rejeitou a proposta econômica antecipada por Trump e reiterou que, primeiramente, deve haver uma solução política para o conflito entre israelenses e palestinos. Em comunicado, estimou que ;a situação econômica não deve ser discutida antes de haver uma discussão sobre a situação política;.

Hanan Ashraui, conselheira de Mahmud Abas e membro do comitê executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) apontou outros pontos que Washington deveria considerar prioridade. ;Primeiro, é preciso levantar o bloqueio de Gaza, parar o roubo israelense de nossa terra, recursos e fundos, devolver nossa liberdade de movimento e o controle sobre nossas fronteiras, espaço aéreo, águas territoriais etc. Depois, verão como construímos uma economia vibrante e próspera, como um povo livre e soberano;, listou.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação