Agência France-Presse
postado em 24/06/2019 15:43
A polícia etíope matou nesta segunda-feira o chefe da segurança da região de Amhara, o general Asaminew Tsige, responsabilizado pelas mortes no sábado do chefe de Estado-Maior do Exército e autoridades desta zona do noroeste do país.
"O general Asaminew, que estava foragido desde o fracassado golpe de Estado deste fim de semana, foi morto a tiros no bairro Zenzelma de Bahir Dar", cidade do noroeste, de acordo com a televisão estatal EBC.
Asaminew foi anistiado e libertado da prisão em 2018 depois de ser preso por um suposto complô que remonta a 2009.
Nesta segunda-feira, as bandeiras foram hasteadas a meio mastro na Etiópia após os assassinatos cometidos no sábado em dois ataques separados considerado pelas autoridades como uma tentativa de derrubar o governo de Amhara, uma das nove regiões autônomas.
No sábado à noite, "uma tentativa orquestrada de golpe de Estado aconteceu contra o executivo do governo regional de Amhara", declarou no domingo o gabinete do executivo central em comunicado no Twitter.
O presidente da região, Ambachew Mekonnen, e um de seus assessores, que participavam de uma reunião, foram mortos por um comando em Bahir Dar, a capital regional. O procurador-geral da região, Migbaru Kebede, também presente na reunião, faleceu nesta segunda-feira no hospital em decorrência de seus ferimentis.
Um pouco mais tarde, "num ataque relacionado à tentativa de golpe em Amhara", o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas etíopes, o general Seare Mekonnen, foi morto por seu guarda-costas em sua casa em Addis Abeba, a capital federal.
O incidente é um novo golpe para a agenda reformista e progressista do primeiro-ministro Abiy Ahmed, que, a despeito seu, deu novo ímpeto às tensões étnicas que deixaram mais de um milhão de deslocados.
A Etiópia, o segundo país mais populoso do continente com mais 100 milhões de habitantes, possui a economia mais dinâmica do leste africano, apesar de ainda ser um dos países mais pobres do mundo.
Os amharas formam o segundo maior grupo étnico do país, atrás dos oromos. Estas duas etnias estiveram à frente das grandes manifestações que causaram a queda do ex-primeiro-ministro Hailemariam Desalegn.