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Aiatolá na mira de Trump

Presidente americano anuncia mais uma rodada de sanções ao regime islâmico de Teerã, agora tendo como alvo direto o líder religioso supremo e assessores próximos, inclusive o chanceler Mohammed Javad Zarif

Correio Braziliense
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postado em 25/06/2019 04:16
Donald Trump no Salão Oval da Casa Branca: novas represálias em meio à escalada de tensão política e militar com o governo iraniano


O líder religioso supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, entrou diretamente na mira da política americana de sanções econômicas dos Estados Unidos ao regime islâmico. O presidente Donald Trump anunciou ontem um novo pacote de represálias financeiras ;incisivas; que atinge Khamenei por ser ;o responsável, em última instância;, pelo que Washington classifica como ;atividades desestabilizadoras; de Teerã na região. As medidas foram confirmadas pelo secretário de Estado, Mike Pompeo, que viajou para o Oriente Médio para participar de uma conferência internacional na qual será discutido o plano de paz dos EUA para a região.

;Continuaremos a aumentar a pressão sobre Teerã;, comentou Trump, no Salão Oval da Casa Branca, ao assinar o texto que estabelece as medidas. ;As sanções contidas nesse decreto impedirão que o líder supremo, sua equipe e pessoas próximas a ele tenham acesso a recursos financeiros essenciais;, prosseguiu o presidente americano. ;Os ativos do aiatolá Ali Khamenei e de sua assessoria não serão poupados.; Entre os altos funcionários atingidos, está o chanceler Mohammed Javad Zarif.

O secretário do Tesouro, Steven Mmuchin, acrescentou que, ao longo da semana, serão discriminados outros alvos diretos das represálias, que incluirão o congelamento de ;bilhões de dólares; em ativos das autoridades iranianas visadas mantidos em bancos e instituições financeiras nos EUA. Munchin prometeu mencionar nominalmente oito comandantes da Guarda Revolucionária, a divisão de elite das Forças Armadas iranianas, recentemente classificada oficialmente pelo governo Trump como uma ;organização terrorista;.

Trump apresentou a nova rodada de sanções como parte da resposta aos incidentes das últimas semanas na região do Golfo Pérsico. Os EUA acusam Teerã de estar por trás de uma sequência de ataques a petroleiros, supostamente em águas internacionais. O regime islâmico desmente envolvimento nos episódios, mas confirma ter derrubado, há 10 dias, um drone ;espião; americano que teria invadido seu espaço aéreo ; Washington sustenta que a aeronave estava fora dos limites iranianos.

A escalada de tensão entre os dois países, rivais desde a Revolução Islâmica de 1979, se segue à decisão de Trump, tomada um ano atrás, de retirar os EUA de um acordo internacional sobre o programa nuclear americano, assinado em 2015 com mais cinco potências mundiais ; Reino Unido, França, Alemanha, Rússia e China, que se mantêm no pacto, assim como o próprio Irã. Desde que denunciou o tratado, o presidente americano passou a restaurar sanções impostas a Teerã, em especial sobre as exportações de petróleo. Agora, porém, as medidas se aplicam também a empresas de terceiros países que mantenham transações com o setor energético iraniano.

Em resposta à reimposição das represálias econômicas americanas, o Irã anunciou a decisão de abster-se de cumprir alguns dos compromissos assumidos no âmbito do acordo de 2015, inclusive os que limitam os estoques de urânio enriquecido. Embora não se trate de material utilizável na produção de armas, o passo representa a retomada de uma das atividades-chaves do programa atômico. ;O Irã não poderá ter uma arma nuclear;, afirmou Trump ao anunciar as novas sanções. ;Mas não estamos procurando conflitos;, acrescentou, sugerindo que as medidas poderiam ;terminar amanhã; ou ;durar anos;, dependendo ;da resposta; do regime.

A exigência feita ao Irã ;é muito simples;, resumiu o presidente americano. ;Basta que eles digam não às armas nucleares e deixem de apoiar o terrorismo;, concluiu.

Correio elegante
Em meio à tensão com o Irã, em parte por conta do impasse nuclear, o presidente Donald Trump demonstrou ontem alegria com uma mensagem de aniversário recebida, no início do mês, de outro governante com quem negocia o desarmamento atômico ; o líder comunista da Coreia do Norte, Kim Jong-un. ;Ele realmente me enviou desejos de feliz aniversário, e foi uma carta amigável;, comentou Trump com os jornalistas, na Casa Branca, durante a cerimônia em que anunciou novas sanções ao regime de Teerã. O presidente completou 74 anos em 14 de junho. No domingo, a imprensa estatal norte-coreana citou Kim, que teria confirmado o recebimento de uma carta ;com excelente conteúdo; enviada por Donald Trump.


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