postado em 26/06/2019 04:16
Um grupo de pouco mais de 100 crianças centro-americanas, filhas de candidatos à migração para os Estados Unidos, protagonizava ontem o drama dos últimos meses no Texas, na fronteira com o México, onde centenas de estrangeiros aguardam decisão sobre seus pedidos de asilo. Um dia depois de 250 menores terem sido retirados de um centro de triagem na cidade de Flint, os 100 foram reencaminhados para a instalação, a despeito da avaliação de advogados sobre a superlotação e o ;severo descaso; a que estavam submetidos. A notícia coincidiu com o anúncio de que o responsável pela agência federal de Proteção de Aduanas e Fronteiras (CBP, em inglês) John Sanders, está demissionário e deixará o carto em 5 de julho.
De acordo com o jornal The New York Times, as crianças foram reencaminhadas para Clint depois que o centro de acolhimento passou por adaptações para aliviar as condições de superlotação. ;Não havia ninguém tomando conta daquelas crianças, elas sequer tomavam banho regularmente;, relatou à emissora britânica BBC Warren Bidford, da Universidade Williamette, no estado de Oregon, um dos advogados que visitaram a instituição. ;Centenas delas foram mantidas em uma espécie de armazém instalado recentemente na área para atender à situação. As celas estão superpovoadas, há infestação de piolho e surto de gripe;, denunciou Bidford. ;As crianças ficam confinadas sem supervisão de adultos, muitas delas doentes, prostradas no chão ou em colchonetes.;
Surpreendida pela demissão de seu diretor, comunicada por e-mail ao qual a imprensa americana teve acesso, a agência de fronteiras divulgou comunicado no qual admite que o centro de triagem de Clint não estava equipado para fazer frente às situação de emergência criada pela chegada de milhares de candidatos à imigração. ;A CBP administra os limitados recursos de que dispõe para dar a melhor atenção possível às pessoas que estão sob os nossos cuidados, principalmente as crianças;, diz o texto. ;Como os nossos diretores ressaltaram numerosas vezes, nossas instalações não foram construídas para abrigar populações vulneráveis por longo tempo, e precisamos com urgência de financiamento humanitário adicional para lidar com essa crise.;
No Congresso, deputados da oposição democrata procuram avançar a tramitação de uma suplementação de emergência de US$ 4,5 bilhões destinada aos centros de acolhimento de imigrantes na fronteira com o México. A medida, porém, enfrenta resistência na ala esquerda do partido, como a recém-eleita Alexandria Ocasio-Cortez, filha de imigrantes, que acusa o governo republicano de Donald Trump de apenas buscar financiamento para ;mais detenções e confinamento;. ;Não vou apoiar a destinação de verbas para isso, mais uma vez;, afirmou a deputada, uma das ;estrelas; da legislatura iniciada em janeiro último.
Melania emplaca
a nova porta-voz
Stephanie Grisham, vice-chefe da assessoria da primeira-dama Melania Trump, será a nova porta-voz da Casa Branca, no lugar de Sarah Sanders, que anunciou a renúncia no início do mês. ;Não consigo pensar em alguém melhor para servir ao governo e ao país;, escreveu Melania em sua conta noTwitter. O presidente Donald Trump, que teve um início de governo marcado por turbulências na relação com alguns dos meios mais importantes da imprensa americana, confirmou a escolha e elogiou a nova chefe de imprensa. ;Stephanie está comigo desde o começo;, disse aos jornalistas na mansão presidencial. ;Eu consultei as pessoas na equipe e muitos disseram que ela era a preferida. Ela já está por aqui, conhece todo mundo e se relaciona muito bem com a mídia.;