postado em 28/06/2019 04:05
Uma das inspirações dos cientistas para propor a criação do Sistema de Vigilância Global (GSS, em inglês) da agricultura é o caso da doença do mosaico africano da mandioca, descoberta no Camboja, em 2015. O surto espalhou-se em 2018, indo para o Vietnã e a Tailândia e atingindo 10% das superfícies cultivadas no países. O problema ameaçou milhões de pequenos produtores, responsáveis por gerar US$ 4 bilhões em receita de exportação.
Este ano, autoridades agrícolas de quatro países ; Camboja, Tailândia, Vietnã e Laos ;, apoiadas por organizações de pesquisa, incluindo o Centro Internacional para Alimentos e Agricultura Tropical (CIAT), publicaram um plano de controle de emergência contra a praga no sudeste asiático. ;A pergunta que fiz foi por que demora tanto para responder às doenças das plantações em alguns casos? Qual é a limitação para responder mais rapidamente desde o início? O GSS ajudaria a acelerar a ação para futuras epidemias como essa;, frisa Mônica Carvajal, líder dos cientistas e pesquisadora do CAT que estudou o surto.
A expectativa é de que o GSS possa contribuir para esforços no fortalecimento dos sistemas de resposta a surtos de pragas dentro da Estrutura Estratégica 2020-2030 da Convenção Internacional de Proteção de Plantas (IPPC), um tratado da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) que busca medidas para combater as pragas e evitar o aumento da fome globalmente.
;Encorajamos também a reunião anual dos ministros da Agricultura do G20, o Banco Mundial e a FAO, entre outros, a unir esforços para melhorar a cooperação para um plano de ação plurianual para o GSS proposto e, dessa forma, reduzir mais efetivamente o impacto das doenças nas plantações e aumentar o segurança alimentar;, escreveram os autores do estudo, divulgado na edição desta semana da revista Science. (VS)