Agência France-Presse
postado em 30/06/2019 22:50
Hong Kong - Manifestantes contrários ao governo de Hong Kong ocuparam na manhã desta segunda-feira (noite de domingo no Brasil) as principais ruas da cidade, antes de um multitudinário protesto previsto para o 22; aniversário da transferência da soberania do território à China em 1997.
Diante do aumento da ocupação das principais vias da cidade, a Polícia usou bastões de borracha e gás pimenta para dispersar um grupo de manifestantes que tinha instalado barricadas no bairro de Wanchai.
A cidade semiautônoma foi sacudida por importantes manifestantes nas últimas três semanas, em uma série de protestos desatados por um projeto de lei que autoriza a extradição dos locais à China continental.
Na madrugada de segunda, grupos de jovens encapuzados ocuparam e bloquearam as três principais autoestradas de Hong Kong com barreiras metálicas.
As manifestações refletem o medo dos moradores de Hong Kong diante da crescente influência do governo chinês, com ajuda de líderes do mercado financeiro na cidade.
Confrontos haviam sido registrados neste domingo ao redor do Parlamento da cidade entre manifestantes pró e contrários ao governo, na véspera do aniversário de retrocessão do território semiautônomo por parte do Reino Unido a China em 1997.
Dezenas de milhares de pessoas, muitas delas com bandeiras chinesas, se reuniram diante do Parlamento para expressar apoio à polícia, que enfrenta críticas por utilizar gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os manifestantes.
A manifestação, com deputados leais a Pequim e ex-oficiais da polícia, aconteceu sem incidentes.
Mas quando a multidão se dispersava, alguns manifestantes seguiram em direção a pequenos grupos de opositores que estão acampados nas proximidades do Parlamento há três semanas.
"Traidores! Agitadores", gritaram os simpatizantes do governo, enquanto várias pessoas se aproximavam dos opositores com ofensas e empurrões.
A polícia teve que atuar para ajudar os manifestantes contrários ao governo a sair do local.
Há várias semanas, a ex-colônia britânica é cenário de protestos contra um projeto de lei sobre extradições. O governo abandonou a análise do polêmico texto, mas as manifestações prosseguiram.
Recentemente, uma multidão tentou bloquear o quartel-general da polícia de Hong Kong em duas ocasiões, como protesto depois que os agentes usaram gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar um protesto em 12 de junho.
A polícia, acusada de abuso, defendeu sua atuação e chamou o protesto de distúrbio.
Hong Kong, ex-colônia britânica reintegrada ao território chinês, tem até 2047 um regime semiautônomo e desfruta de liberdades desconhecidas no restante da China.