postado em 01/07/2019 04:14
Uma nova revisão de estudos sobre níveis de exposição urbana a poluentes atmosféricos e seus efeitos na saúde humana sugere que a instrumentação avançada e a tecnologia da informação permitirão que pesquisadores e formuladores de políticas avaliem os riscos à saúde em decorrência da exposição em um nível individual.
Uma equipe de pesquisa interdisciplinar da Universidade de Nova York explica, em artigo publicado na Nature Communications, como dados recolhidos de sensores ambientais montados em prédios e postes de lâmpadas, bem como sensores móveis e vestíveis, foram combinados com informações sobre status socioeconômico, padrões de deslocamento e hábitos de vida, como exercícios ao ar livre, para desenvolver modelos de exposição à poluição considerando bairros específicos.
Para os autores, será possível particularizar ainda mais. ;Uma das perguntas que queremos responder é como as pessoas experimentam poluição e por quê?;, ilustra Masoud Ghandehari, líder do estudo. Segundo o cientista, as avaliações no nível da população ignoram fatores como mobilidade pessoal ; incluindo o deslocamento de carro, ônibus, bicicleta ou a pé ; e a etapa de vida do indivíduo. Por exemplo, estudantes e adultos se movimentam mais pelas cidades do que idosos. Dessa forma, são mais expostos à poluição.
Análises mais apuradas permitiriam também a realização de recortes temáticos, como a condição de saúde de um indivíduo ou sua renda. ;Pessoas de todos os pontos do espectro econômico vivem em áreas poluídas, mas muitas vezes têm resultados de saúde diferentes;, diz Masoud Ghandehari. A Organização das Nações Unidas (ONU) calcula que 92% das pessoas em todo o mundo não respiram ar limpo. Por ano, 7 milhões de pessoas morrem prematuramente em razão dessa exposição.