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OPEP decidirá prorrogação de limitações da produção de petróleo

Putin anunciou o objetivo de estender as atuais reduções de produção, a fim de apoiar os preços do petróleo

Agência France-Presse
postado em 01/07/2019 10:46
Presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.A OPEP e seus aliados, liderados pela Rússia, se reúnem nesta segunda-feira (1;), em Viena, onde provavelmente manterão as limitações de produção de petróleo previamente acordadas por Moscou e Riad, cuja influência desagrada ao Irã.

Na sexta-feira passada, à margem da cúpula do G20 em Osaka, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou o objetivo de estender as atuais reduções de produção, a fim de apoiar os preços do petróleo.

No entanto, o acordo russo-saudita deve ter a aprovação dos 14 membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e de seus dez parceiros não membros, que se reunirão até terça-feira na capital austríaca.

Esses 24 países, que extraem metade do petróleo mundial, decidiram em dezembro reduzir sua oferta acumulada de 1,2 milhão de barris por dia (mbd) para estimular os preços do petróleo.

Mas a crescente influência da Rússia, segundo maior produtor, e da Arábia Saudita, que se aliaram há três anos para enfrentar a queda nos preços, causa desconforto entre alguns produtores.

Quando chegou nesta segunda a Viena, o ministro do Petróleo iraniano, Bijan Namdar Zanganeh, denunciou o carácter unilateral do acordo entre Moscou e Riad.

"O principal perigo que a OPEP enfrenta agora é a unilateralização", disse o ministro, acrescentando que "a OPEP morrerá com esse procedimento" de decisões, liderado por seu rival regional saudita.

O Irã também expressou sua oposição a qualquer acordo de cooperação de longo prazo para garantir a aliança da OPEP e seus aliados, reagrupados no "OPEP %2b".

Ainda assim, Teerã apoiará o teto de produção, do qual é isento em razão da reintrodução das sanções americanas que sufocam suas exportações de petróleo, informou o representante iraniano.

A extensão das quotas parece gerar consenso entre OPEP e seus parceiros, dada a necessidade de estabilizar os preços num contexto de fortes tensões geopolíticas em torno do Irã, da fraca demanda e uma oferta abundante.

O anúncio do acordo russo-saudita também permitiu que o preço do barril de petróleo WTI ultrapassasse os 60 dólares nesta segunda-feira, na abertura das bolsas europeias.

As reuniões em Viena tratarão da duração desse novo pacto, de seis ou nove meses, enquanto o ministro saudita da Energia, Khaled Al Falih, é favorável à prorrogação de nove meses.

Os riscos geopolíticos parecem ofuscados por uma demanda de energia lenta, em um contexto de guerra comercial entre a China e os Estados Unidos e uma desaceleração global.

A Agência Internacional de Energia reduziu suas previsões mundiais de demanda de petróleo para 2019, enquanto a oferta continua abundante.

A produção de petróleo de xisto dos EUA continua a crescer, competindo com a OPEP e inflacionando as já elevadas reservas mundiais.

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