Agência France-Presse
postado em 01/07/2019 19:09
O principal movimento de protesto no Sudão convocou atos de desobediência civil para 14 de julho, em todo o país, um dia após os protestos de domingo para pressionar os militares no poder.
"No domingo, 14 de julho, desobediência civil e greve total em todos os setores profissionais (...) na capital e em todas as províncias", anunciou a Aliança para a Liberdade e a Mudança (ALC), na vanguarda dos protestos.
Após a aparição de três corpos nesta segunda-feira no subúrbio de Cartum, a oposição acusou os militares no poder de reprimir com sangue os protestos organizados no domingo para exigir a passagem do poder aos civis.
O Conselho Militar de transição, que dirige o país desde a destituição do presidente Omar al Bashir, em abril, afirmou que responsabiliza a ALC pelos atos de violência.
Ao menos sete manifestantes morreram nos protestos de domingo, segundo o comitê de médicos vinculado à oposição.
Em hospitais da capital e do interior "também há muitos feridos graves baleados pelas milícias do Conselho Militar", acrescentou o comitê.
No sábado, a União Europeia tinha alertado que era "dever do Conselho Militar garantir a segurança de todos e se abster de qualquer uso de violência contra os manifestantes".
Já a Anistia Internacional alertou que o conselho "não deve deixar que o país deslize para uma repressão maior. O mundo está olhando".
A manifestação de domingo foi a maior desde 3 de junho, quando os militares dispersaram um acampamento diante do quartel-general do Exército, deixando dezenas de mortos.