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Basílica da Natividade é retirada de lista de Patrimônio Mundial em Perigo

Unesco retirou o monumento de lista após reforma em sua estrutura

A basílica da Natividade, erguida no século IV no local onde, segundo a tradição cristã, Jesus nasceu, foi retirada nesta terça-feira da lista do Patrimônio Mundial em Perigo da Unesco, após obras de restauração.

Localizada no coração de Belém, na Cisjordânia ocupada, o local da Basílica e a rota de peregrinação foi listado como Patrimônio Mundial da Unesco em 2012.

Foi o primeiro sítio palestino inscrito na lista do Patrimônio Mundial da organização, apesar da oposição de Israel e dos Estados Unidos.

O monumento foi, no entanto, colocado no mesmo ano na lista de patrimônio em perigo, devido ao seu estado.

No ano seguinte, segundo os termo de um acordo histórico entre a Autoridade Palestina e as três igrejas (ortodoxa, católica e armênia) que administram, numa coabitação às vezes difícil, a Basílica, o trabalho de restauração foi iniciado.

O telhado foi reparado primeiro, depois os mosaicos, revelados no ano passado, pouco antes do Natal. Todo o trabalho foi supervisionado pela Autoridade Palestina e financiado pelos palestinos, bem como com doações de governos e indivíduos.

"Para justificar sua decisão, o Comitê elogiou a qualidade do trabalho realizado na Igreja da Natividade, incluindo a restauração do telhado, fachadas exteriores, mosaicos murais e portas da basílica", elogiou a Unesco em um comunicado.

De 30 de junho a 10 de julho, o Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco se reúne em Baku, no Azerbaijão.

Construída no século IV pelo imperador romano Constantino, reformada por Justiniano no século VI, depois enriquecida durante as Cruzadas, a Basílica da Natividade é uma das igrejas mais antigas e sagradas da cristandade.

A questão não é apenas patrimonial, religiosa ou turística, mas também política, já que a cidade de Belém, que recebe mais de dois milhões de visitantes por ano, está localizada na zona autônoma palestina e separada de Jerusalém por um muro.