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EUA comemoram o Dia da Independência com Trump no centro das festividades

As festividades dão a impressão de serem o início da campanha presidencial de 2020, uma vez que Trump recentemente anunciou sua candidatura a um novo mandato.

Agência France-Presse
postado em 04/07/2019 12:15
Foliões do Dia da Independência posam em frente a um Humvee estacionado em uma rua em Washington, DC.Os Estados Unidos comemoram nesta quinta-feira o feriado nacional de 4 de julho com uma festa diferente: na capital, o Dia da Independência terá seu tradicional show de fogos de artifício, mas o presidente Donald Trump será o protagonista de uma celebração até agora de tom apolítico.

"Será o espetáculo de uma vida", tuitou o magnata republicano, enquanto a Casa Branca promete "as maiores festividades de 4 de julho na história" da capital federal dos Estados Unidos.

As novidades da programação do Dia da Independência imediatamente fizeram a oposição reagir e vários democratas do Congresso alertaram o presidente contra a tentação de um realizar "um comício de campanha" em rede nacional por ocasião da data nacional.

Porque o dia 4 de Julho é geralmente um dia de trégua em os os americanos "agitam a bandeira nacional sem entrar em discussões políticas", observa o especialista em mídia Richard Hanley.

Em todo o país, a atmosfera é geralmente boa, com desfiles, fanfarras, churrascos e shows de fogos de artifício.

Para muitos, as festividades dão a impressão de serem o início da campanha presidencial de 2020, uma vez que Trump recentemente anunciou sua candidatura a um novo mandato.

Trump aparentemente será o "apresentador" da festividade e transformará o Dia da Independência em um grande show em horário nobre.

"Nossa comemoração do 4 de julho no Monumento a Lincoln será realmente grande. Será o espetáculo de uma era", tuitou o presidente na quarta-feira.

Este ano, o roteiro habitual foi reescrito.

Às 18h30 locais (19h30 em Brasília), Trump subirá as escadas do monumento em homenagem a Abraham Lincoln, o presidente que defendeu a unidade do país durante a guerra civil, para liderar o ato batizado de "Saudação aos Estados Unidos".

Este evento sem precedentes incluirá um discurso transmitido pela televisão, mobilização de equipamento militar e uma enorme exibição de fogos de artifício.

O Boeing 747 usado como avião presidencial Air Force One sobrevoará o lugar, assim como potentes aeronaves de combate. É esperada a exibição de F-35 e aparelhos do esquadrão Blue Angels da Marinha.

Blindados e veículos de combate estarão estacionados nos arredores. Não haverá uma parada militar, porque as rodas podem danificar as ruas da capital.

De qualquer modo, os holofotes não estarão nas armas, nem nos fogos de artifício, mas em Trump.

"Seu presidente favorito, eu", tuitou ao anunciar o evento.

Divisões

O presidente insiste em que pode superar as divisões com seu discurso. "Acredito nisso, acho que vou atingir a maioria dos americanos", disse ele a jornalistas esta semana.

Incluir um discurso presidencial de alto perfil na celebração o coloca em risco, pois embora Trump conte com o apoio fervoroso de cerca da metade do país para sua reeleição em 2020, a outra metade o rejeita.

Os opositores de Trump planejam sua própria artilharia política no National Mall, a ampla esplanada de grama que vai do Monumento a Lincoln até o Congresso.

A organização progressista Code Pink instalará seu "Baby Trump", um enorme boneco inflável que mostra o presidente de fralda.

A hashtag #BoycottTrumps4thOfJuly (Boicote ao 4 de julho de Trump) foi tendência no Twitter nesta quarta-feira.

Grupos de soldados veteranos planejam distribuir camisetas em homenagem ao falecido senador John McCain, um republicano com o qual Trump tinha confrontos frequentes.

Trump fará uso de suas habilidades no mundo do espetáculo para o evento.

"O mais forte e avançado Exército do mundo. Sobrevoos incríveis e os maiores fogos de artifício", tuitou o presidente na terça-feira, "vendendo" seu show.

O simples fato de falar do Monumento a Lincoln, locação do emblemático discurso "Eu tenho um sonho", de Martin Luther King, em 1963, já vai lhe garantir imagens impressionantes.

A inspiração de Trump parece vir, entretanto, menos do movimento pelos direitos civis e mais do desfile militar do Dia da Bastilha, do qual participou em 2017, convidado pelo presidente francês, Emmanuel Macron.

Impressionado com a marcha de soldados e com a exibição de equipamento militar no centro de Paris, Trump brincou, na época, ao voltar para casa: "a gente tem que tentar superar isso".

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