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Tubo de ensaio - Fatos científicos da semana

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 06/07/2019 04:21
; Segunda-feira, 1;
Perdas econômicas


Com as mudanças climáticas, o aumento do estresse térmico na agricultura e em outros setores industriais levará previsivelmente a uma perda da produtividade equivalente a 80 milhões de empregos para 2030, advertiu a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Em um novo relatório, a OIT considera que 2,2% do total das horas trabalhadas no mundo poderão se perder por causa das altas temperaturas, segundo projeções baseadas em um aumento da temperatura mundial em 1,5;C até o fim do século. O impacto será maior no sul da Ásia e na África Ocidental, onde cerca de 5% das horas trabalhadas poderão ser perdidas até 2030. No total, as perdas econômicas representariam cerca de US$ 2,4 trilhões em escala mundial ; é o equivalente à economia do Reino Unido.


Lixo repatriado

Toneladas de lixo canadense que ficaram nas Filipinas durante anos voltaram a seu país de origem, dando fim a uma disputa diplomática que mostrou que as nações asiáticas se cansaram de ser a lixeira do mundo. Um navio de carga com 69 contêineres de lixo atracou em um porto nos arredores de Vancouver. O lixo será incinerado em uma instalação de conversão de resíduos em energia, disseram autoridades locais. O conflito remonta a 2013 e 2014, quando uma empresa canadense enviou às Filipinas contêineres etiquetados erroneamente como plásticos recicláveis. Na realidade, continha uma mistura de papel, plásticos, produtos eletrônicos e resíduos domésticos, inclusive fraldas, apesar de a lei filipina proibir a importação de plástico misturado a lixo doméstico. Alguns dos resíduos foram eliminados nas Filipinas, mas grande parte deles ficou armazenada em portos locais por anos. O assunto contaminou as relações bilaterais desde então, mas as tensões chegaram a um ponto crítico em abril, quando o presidente filipino, Rodrigo Duterte, ameaçou declarar guerra ao Canadá, a menos que Ottawa resgatasse o lixo.


; Terça-feira, 2
Termômetros disparados


Junho de 2019 foi o mês mais quente já registrado no mundo, principalmente em razão de uma onda de calor excepcional na Europa, o que deve voltar a acontecer com o aquecimento do planeta. Segundo dados do serviço europeu Copernicus sobre mudança climática, o termômetro subiu, em junho, 0,1;C a mais em comparação com o recorde anterior para o mês (em 2016). Mas foi sobretudo na Europa onde fez mais calor, com uma temperatura cerca de 2;C acima do habitual. Foram batidos vários recordes na semana passada em diferentes países europeus que sofrem essa onda de calor com ar quente procedente do Saara. As temperaturas ultrapassaram as habituais para esta época do ano em 10;C na Alemanha, no norte da Espanha e da Itália, e na França (foto), que registrou um recorde absoluto de 45,9;C na sexta-feira. Combinando dados de satélite e registros históricos, o Copernicus estimou que a temperatura do mês de junho na Europa foi 3;C superior à média entre 1850 e 1900.


; Quarta-feira, 3
Raposa maratonista


Uma raposa-do-ártico percorreu 3,5 mil quilômetros entre a Noruega e o Canadá, pela camada de gelo, em apenas 76 dias, uma façanha jamais observada pela comunidade científica, surpreendida pela resistência do animal. A viagem demonstra a importância vital da placa de gelo marinha para as migrações da fauna do Ártico e a ameaça que o aquecimento global representa para a sustentabilidade desse equilíbrio. A raposa, equipada em julho de 2017 com um transmissor por satélite, deixou em 26 de março de 2018 a Ilha de Spitzberg, em Svalbard ; arquipélago norueguês situado a pouco mais de 1 mil quilômetros do Polo Norte. Em 10 de junho, apenas 76 dias após sua saída da Noruega, chegou à Ilha de Ellesmere, em Nunavut, uma das comunidades mais setentrionais do Canadá, depois de caminhar 3.506 quilômetros. O animal, perfeitamente adaptado aos meios polares áridos, se deslocou a ritmo diário médio de 46,3 km, com um pico de 155km na Groenlândia.



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