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Governo e oposição da Venezuela retornarão diálogo em Barbados

A negociação pela paz é mediada pela Noruega

Agência France-Presse
postado em 08/07/2019 21:17
O vice-presidente Delcy Rodriguez fala com a representante da União europeiaDelegados do governo venezuelano e da oposição se preparavam nesta segunda-feira (8) para se reunir em Barbados, enquanto o líder opositor Juan Guaidó e representantes do presidente Nicolás Maduro mantiveram encontros em Caracas com um diplomata da União Europeia.

Na manhã desta segunda, "a delegação da Venezuela chegou a Barbados para continuar o diálogo de paz patrocinado" pela Noruega, de acordo com um comunicado do governo venezuelano.

A delegação opositora também chegou à ilha caribenha, indicaram fontes à AFP.

As conversas são retomadas após Guaidó denunciar o "assassinato abominável" do capitão de corveta Rafael Acosta Arévalo, em 29 de junho, dias depois de ser detido, acusado de participar de um suposto plano para matar Maduro.

No domingo, ao informar sobre a retomada dos encontros, Guaidó afirmou que a reunião com representantes do "regime usurpador em Barbados" tem como objetivo negociar a "saída da ditadura", como classifica o governo de Maduro.

Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Constituinte (governista), confirmou nesta segunda-feira que a delegação de Maduro é a mesma que viajou para Oslo em maio, liderada pelo Ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez; o chanceler, Jorge Arreaza; e o governador Héctor Rodríguez.

Guaidó também enviou "exatamente" a mesma equipe que esteve na Noruega: o parlamentar Stalin González, o ex-deputado Gerardo Blyde, o ex-ministro Fernando Martínez Mottola e o ex-reitor do Conselho Nacional Eleitoral Vicente Díaz, confirmaram fontes à AFP.

"Apoiamos absolutamente a proposta ao diálogo apresentada agora em Barbados", disse Cabello à imprensa.

Alguns setores rejeitam as negociações por considerar que dão "fôlego ao regime". Mas o deputado opositor Enrique Márquez, que foi delegado nas aproximações na República Dominicana entre 2017 e 2018, considera que o melhor caminho para Venezuela é um "entendimento".

"Uma solução violenta, pela força, poderia gerar perda de governabilidade inclusive por um novo governo", disse Márquez à AFP.

A mediação da Noruega, acrescenta Márquez, "oferece a possibilidade de que ambas as partes cheguem aos acordos mínimos para relançar o país".

O opositor Guaidó, autoproclamado presidente interino e reconhecido no cargo por mais de 50 países, teve um encontro reservado nesta segunda-feira com Enrique Iglesias, nomeado em maio passado "assessor especial" para Venezuela pela UE.

"Tanto em Oslo como no Grupo Internacional de Contato e em todos os espaços de pressão, nosso objetivo é o mesmo: alcançar uma solução definitiva para a crise no nosso país", escreveu Guaidó no domingo.

Mais tarde, Iglesias foi recebido pela vice-presidente da venezuelana, Delcy Rodríguez. A televisão governamental mostrou imagens do encontro.

"Enrique Iglesias ratifica seu compromisso com o processo de diálogo", informou no Twitter a vice-presidência.

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