postado em 09/07/2019 04:05
O bilionário norte-americano Jeffrey Epstein, 66 anos, é amigo de famosos e de políticos, como o presidente Donald Trump e o ex-presidente Bill Clinton. Mas o seu nome ganhou as manchetes dos sites e dos jornais dos Estados Unidos e do mundo por acusações de exploração sexual de dezenas de menores de idade. Ontem, dois dias depois de ser preso em um aeroporto de Nova Jersey, ao chegar de viagem a Paris a bordo de seu avião particular, o magnata se declarou inocente ante a Justiça nova-iorquina. O Ministério Público do distrito sul de Nova York acusou Epstein de tráfico sexual de menores e de conspiração para cometer tráfico sexual de menores, crimes cujas penas podem chegar a 45 anos de prisão. Os advogados dele pediram mais três dias para apresentar a defesa e um pedido de liberdade sob fiança.
No entanto, o procurador de Nova York, Geoffrey Berman, solicitou a permanência de Epstein na prisão até o fim do julgamento. Segundo ele, a possível sentença, ;com sua idade, equivale a uma pena de prisão perpétua; logo, Epstein teria motivos para fugir; do país. No último fim de semana, autoridades apreenderam fotografias de jovens nuas em sua mansão no bairro de Upper East Side, em Manhattan. De acordo com Berman, Epstein ;explorou e abusou sexualmente de dezenas de meninas menores de idade em suas residências de Manhattan, de Nova York e de Palm Beach (Flórida), entre outros locais;.
A acusação sustenta que Epstein convidadava as meninas até sua mansão, onde mantinham relações sexuais. ;Em seguida, pagava às vítimas centenas de dólares em dinheiro. Também pagava mais para algumas de suas vítimas recrutarem outras meninas, a fim de serem abusadas;, disse Berman. ;Epstein estava muito consciente de que diversas de suas vítimas eram menores de idade e, não surpreendentemente, algumas das meninas que ele teria vitimado eram especialmente vulneráveis à exploração;, acrescentou.
Especialista em finanças, Epstein já tinha sido declarado culpado de contratar menores de idade para fazerem massagens sexuais nele em sua mansão de Palm Beach. Um acordo de culpabilidade, firmado em 2007 e negociado por seus advogados com Alexander Acosta (hoje secretário de Trabalho do governo Trump), o salvou de ser acusado criminalmente por esses casos. Ante o acordo secreto, Epstein se declarou culpado de um delito estadual de solicitar serviços de prostituição a um menor de idade e passou 13 meses em uma prisão do condado. Na época, Acosta era o então mais alto procurador federal em Miami.
Em 2002, Trump afirmou à revista do jornal The New York Times que Epstein era ;um cara magnífico;, o qual conhecia desde 1987. ;É muito diverdido estar com ele;, declarou Trump à época. Berman disse que o acordo negociado na Flórida não libera Epstein de suas acusações perante o sistema judiciário em Nova York, e que, embora tenham passado vários anos desde os supostos crimes, ;é muito importante para as vítimas; que a justiça seja feita.