postado em 10/07/2019 04:21
Pesquisadores da Universidade do Kansas (KU, em inglês), nos Estados Unidos, usaram a inteligência artificial para criar uma ferramenta que, por meio da análise de fotos, consegue identificar insetos transmissores da doença de Chagas. A intenção do grupo é ajudar profissionais de saúde e o público em geral a encontrar focos de disseminação da doença, o que ajudaria a conter uma enfermidade que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), acomete 6 milhões de pessoas nas Américas.
O projeto apresenta um sistema de identificação do insetos vetores, popularmente chamados de barbeiros, diretamente pelo smartphone. A equipe recebeu gravações de barbeiros feitas por telefones celulares comuns e as converteu em imagens de sinais a serem consideradas pelo algoritmo. Para treiná-lo, usaram 405 imagens de vetores comuns no México e 1.584 imagens de vetores brasileiros.
Em testes iniciais, a solução reconheceu 12 espécies mexicanas e 39 brasileiras ; o equivalente a 83% e 86,7%, respectivamente, de taxa de acerto nas identificações. Depois de adicionar informações sobre as distribuições geográficas do inseto no algoritmo, os pesquisadores aumentaram a precisão da identificação para 95,8% (mexicanas) e 98,9% (brasileiras).
Precisão inédita
Segundo Ali Khalighifar, estudante de doutorado da universidade americana, a tecnologia baseada em algoritmos poderá permitir que autoridades de saúde pública e outras pessoas identifiquem espécies de parasitas com um nível de precisão sem precedentes. O uso de uma tecnologia com código aberto também poderá facilitar a disseminação da solução.
;Esperamos desenvolver um aplicativo ou uma plataforma web desse modelo que seja constantemente treinado com base nas novas imagens. Dessa forma, estará sempre sendo atualizado, fornecendo identificações de alta qualidade para qualquer usuário interessado em tempo real;, diz o líder do estudo, divulgado no Journal of Medical Entomology.
A equipe também trabalha para usar a solução para identificar instantaneamente mosquitos, tendo como base os sons de suas asas, e sapos, considerando o coaxar dos animais. ;Estamos tentando usar o lado bom da inteligência artificial para promover a conservação da biodiversidade e apoiar o trabalho de saúde pública;, frisa Ali Khalighifar.