postado em 11/07/2019 04:05
A ex-ministra de Defesa alemã Ursula von der Leyen teve ontem uma amostra do ambiente que a espera na próxima terça-feira, em Estrasburgo, a cidade francesa que abriga a sede do Parlamento Europeu. Indicada pelos chefes de Estado e de governo da União Europeia (UE) para o estratégico cargo de presidente da Comissão Europeia (CE, o braço executivo do bloco), a política conservadora foi foi questionada pelos deputados sobre as questões mais críticas para os 28 países-membros, como a saída iminente do Reino Unido ; o Brexit ; e o acordo comercial recém-fechado com o Mercosul.;As respostas da candidata Von der Leyen são imprecisas e preocupantes. Para mim, (o voto) é não!”, tuitou o eurodeputado ambientalista Yannick Jadot. Assim como os verdes, uma das forças ascendentes no Legislativo da UE, também os liberais, que saíram das urnas fortalecidos, ensaiam resistir à nomeação, costurada pela chanceler (chefe de governo) alemã, Angela Merkel, e pelo presidente francês, Emmanuel Macron.
Embora a indicação para a presidência da CE seja prerrogativa dos governantes, Von der Leyen enfrenta resistências entre os 748 parlamentares por conta do atropelo de um princípio adotado desde 2014. Segundo esse mecanismo, os grupos políticos europeus fizeram campanha para o pleito continental de maio apresentando aos eleitores um spitzenkandidat (;cabeça de chapa;, em alemão) que seria o candidato a comandar o Executivo do bloco.
A ministra alemã nem sequer disputou uma cadeira na Eurocâmara. Na Alemanha, sua escolha foi mal recebida pelos social-democratas, parceiros de Merkel no governo de coalizão. O apoio dos 154 deputados da centro-esquerda é indispensável para que os 182 representantes do Partido Popular Europeu (PPE, centro-direita), de Von der Leyen, consigam a maioria.