Mundo

Protesto por regularização em Paris

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 13/07/2019 04:06
Imigrantes feridos após choque com a polícia, durante ato no Panteão
Várias centenas de migrantes sem documentos ocuparam brevemente o monumento parisiense do Panteão, necrópole das grandes personalidades francesas, para pedir sua regularização e um encontro com o primeiro-ministro. De acordo com os participantes, 700 migrantes e simpatizantes ocuparam, ao meio-dia, o imponente edifício no centro de Paris.

A ação foi organizada por coletivos dos ;coletes amarelos; ; cujo nome faz referência ao movimento de protesto social contra o governo ; e ;A capela em pé;, que apoia os imigrantes ilegais. O local emblemático foi desocupado sem incidentes por volta das 17h45 (11h45 em Brasília) pela saída traseira do edifício, constaram jornalistas da agência France-Presse.

Os ocupantes permaneceram depois no exterior, cercados pelas forças de segurança, gritando lemas como ;Coletes pretos! Coletes pretos!”, nome de um coletivo de migrantes que vivem em casas de acolhida ou na rua na região de Paris. As forças de ordem atacaram e dispararam bombas de gás lacrimogêneo para fazer recuar alguns dos manifestantes. Várias pessoas foram transferidas pelos serviços médicos, com ferimentos ou mal-estar.

Em um comunicado, eles se apresentam como ;sem papéis, sem voz, sem rostos para a República francesa; e reivindicam ;papéis e moradia para todas e todos;. ;Já não queremos ter que negociar com o ministro do Interior. (;) Queremos falar com o premiê, Edouard Philippe, agora!”.

Sem direitos
;Muitas pessoas vivem sem direitos há anos. Ocupamos (o Panteão) para reivindicar ao primeiro-ministro uma regularização excepcional. Não houve regularizações excepcionais desde a chegada ao poder de (François) Mitterrand (em 1981). É hora de haver uma;, explicou à agência France-Presse Laurent, membro de um coletivo, que participou em apoio aos manifestantes no exterior do prédio. ;O Panteão é um símbolo dos grandes homens. No interior, há símbolos da luta contra a escravidão. Estamos lutando contra a escravidão do terceiro milênio;, explicou. O coletivo ;coletes pretos; costuma realizar ações de choque em apoio aos migrantes sem documentos.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação