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Correio Braziliense
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postado em 14/07/2019 04:26
Após crise de compulsão alimentar, Bruna emagreceu com ajuda de três profissionais

Maria Gorete Silva dos Santos, 26 anos, é monitora de uma creche infantil e confessa que, quando sofre com o estresse, seja pelo trabalho, seja por outra situação cotidiana, acaba optando por alimentos nada saudáveis. ;Isso varia de acordo com a escolha de cada um. Eu como chocolate compulsivamente quando fico nervosa ou ansiosa;, diz. Ela conta que tenta driblar o desejo por açúcar, mas não tem tanto sucesso. ;Admiro quem tem a capacidade de conseguir não comprar.; A vontade, diz, é mudar a situação. ;Não procurei ajuda, mas quero fazer isso. Uma terapia, por exemplo.;

A monitora não está sozinha. Maria Gorete consegue enxergar o mesmo tipo de comportamento nas salas de aula. ;A maioria dos alunos é carente, e vemos que, para eles, a comida é uma distração, uma forma de não pensar que vai voltar para casa. Tenho até uma aluna que está acima do peso;, detalha.

Histórias como a vivida e as percebidas por Maria Gorete mostram, segundo especialistas, o quanto o aspecto emocional precisa ser considerado em intervenções alimentares. ;Para combater a alimentação induzida por estresse, as estratégias de prevenção devem integrar aspectos psicológicos e de estilo de vida, incluindo controle do estresse ; por exemplo, treinamento de regulação emocional, atenção plena e ioga ;, educação nutricional com técnicas de autoeficácia, consciência de comer sem fome. Dessa forma, cria-se um ambiente que estimula a dieta saudável e a prática de atividade física;, defende Nathalie Michels, pesquisadora da Universidade de Ghent, na Bélgica.

Compulsão

Bruna Fernandes, 27 anos, é um exemplo de que é possível se livrar dos danos causados pela ansiedade com a ajuda de especialistas. ;Há quatro anos, tive uma crise de compulsão alimentar junto com uma depressão. Passei a comer compulsivamente. A comida era a minha única alegria. Deixei de fazer tudo e engordei 10 quilos em um período curto de tempo;, relata.

A empresária resolveu buscar ajuda profissional. Com terapia e mudanças na rotina, conseguiu se livrar do peso extra e melhorar a autoestima. ;Eu sei que têm pessoas que não se incomodam e vivem bem mesmo acima do peso, mas era muito ruim para mim. Me olhava no espelho e me sentia incomodada. Procurei um psicólogo, um nutricionista e um endocrinologista. Com a ajuda deles, mudei completamente a minha vida;, conta.

Para Bruna, a ansiedade é algo mais preocupante do que as pessoas imaginam. ;Eu acredito que é uma espécie de vício, assim como drogas e alcoolismo, e, com certeza, está relacionada à forma que a nossa mente trabalha. Por isso, não são só exercício e a dieta que vão ajudar. É preciso estar em equilíbrio;, diz. (VS)

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