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Decisão para contrariar Obama

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 15/07/2019 04:23
Darroch (E) acusou Trump de deixar pacto com Irã para atacar democrata

Para o ex-embaixador britânico nos Estados Unidos Kim Darroch, o presidente Donald Trump saiu do acordo nuclear iraniano porque o pacto estava associado ao seu antecessor, Barack Obama, revelaram documentos diplomáticos publicados pela imprensa. ;O governo está apostando em um ato de vandalismo diplomático, aparentemente por razões ideológicas e de personalidade ; foi o acordo de Obama;, escreveu Kim Darroch em um telegrama diplomático em maio de 2018. O documento é parte de uma segunda série de relatórios confidenciais vazados e publicados pelo jornal Mail on Sunday. A primeira resultou na demissão de Kim Darroch na quarta-feira.

Em maio de 2018, Boris Johnson, então ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, foi a Washington na tentativa de convencer o magnata republicano a não tirar os Estados Unidos do acordo nuclear iraniano assinado em 2015. Em telegrama enviado posteriormente, Kim Darroch notou as divisões na equipe de Trump sobre a decisão e criticou a falta de uma estratégia de longo prazo da Casa Branca. ;Eles não são capazes de formular nenhuma estratégia para o ;dia seguinte;; e os contatos com o Departamento de Estado esta manhã não sugerem nenhum tipo de plano para estender a mão aos parceiros e aliados, seja na Europa, seja na região;, escreveu o embaixador.

Ele relatou que o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, ;distanciou-se sutilmente ao falar sobre a ;decisão do presidente;; durante conversas com Johnson. De acordo com Kim Darroch, Pompeo sugeriu que ele tentou, sem sucesso, ;vender; um texto revisado para Trump.

Concluído em 2015 entre Irã, Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido, França e Alemanha, o pacto permitiu o levantamento de parte das sanções contra Teerã em troca do compromisso iraniano de não adquirir armas nucleares. Em 8 de maio de 2018, Trump anunciou a retirada dos EUA do acordo. O vazamento de memorandos diplomáticos desfavoráveis em relação a Trump provocou uma tempestade entre o Reino Unido e seu aliado.

Em telegramas publicados na imprensa no dia 4, Kim Darroch considerou a Casa Branca ;inepta; e classificou Trump como um ;estúpido pretensioso;.


Confrontos mancham desfile de 230 anos da Queda da Bastilha

O tradicional desfile militar de 14 de julho, que celebra o feriado nacional francês da Queda da Bastilha, foi marcado pela tecnologia e pela cooperação militar defendida pelo presidente Emmanuel Macron. Durante a festividade, o campeão mundial de jet-ski Franky Zapata (E) ofereceu um impressionante espetáculo voando, com uma arma na mão, várias dezenas de metros acima da Champs-Élysées em seu ;Flyboard Air;, uma espécie de plataforma propulsada por jatos de ar que ele inventou e que desperta interesse das forças especiais francesas. ;O Flyboard permitirá testar diferentes usos, como uma plataforma de logística voadora ou uma plataforma de assalto;, declarou a ministra dos Exércitos, Florence Parly, à Rádio France Inter. Mas o show futurista e o clima patriótico foram manchados por confrontos entre policiais e manifestantes.



Depois do desfile, dezenas de manifestantes do movimento dos ;coletes amarelos; tentaram criar obstáculos e queimaram lixo na famosa avenida (D). A tropa de choque dispersou os ativistas com gás lacrimogêneo, alguns deles encapuzados. Pelo menos 180 pessoas foram detidas paralelamente ao evento, antes desses incidentes. Essa foi a primeira vez que os ;coletes amarelos; protestaram na Champs-Élysées desde 16 de março. Antes da confusão, Macron defendeu o projeto de defesa europeia, considerando crucial para o Velho Continente melhorar a própria autonomia estratégica.

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