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Brexit abre o risco de recessão

postado em 19/07/2019 04:05
A bandeira britânica e a da União Europeia em Londres: separação tensa
O novo primeiro-ministro do Reino Unido, que será conhecido na próxima terça-feira, assumirá o mandato sob a ameaça do impacto esperado caso o país saia da União Europeia (UE), em 31 de outubro, sem um acordo. Estimativas publicadas ontem pelo Escritório para Responsabilidade Orçamentária (OBR, em inglês), órgão público independente encarregado das previsões econômicas, indicam que, nesse caso, a economia britânica ;entrará em recessão no quarto trimestre de 2019, por uma duração de um ano;. A recuperação, segundo o estudo, poderia começar em 2021.

;O PIB perderá 2,1%, quase no mesmo nível da recessão do início dos anos 1990;, afirma o organismo em seu relatório, que simula a resistência ao cenário de um ;Brexit duro;. A libra esterlina perderia 10% do valor imediatamente, e os preços do mercado imobiliário residencial cairiam quase 10% entre o início de 2019 e fim de 2021, estima o OBR. Boris Johnson, o favorito para substituir a premiê demissionária Theresa May como líder do Partido Conservador e como premiê, promete tirar o país da UE sem pedir um novo adiamento ; com ou ou sem acordo.

O informe de riscos fiscais do OBR destaca o impacto que a saída do bloco sem um período de transição teria na economia. ;O aumento da incerteza e a diminuição da confiança desestimulam o investimento, enquanto o aumento das barreiras comerciais com a UE pesa sobre as exportações;, diz o texto. ;Juntos, esses fatores empurram a economia para a recessão, com queda brusca dos preços dos ativos e da libra.; Sem terem apresentado números, o Banco da Inglaterra e o Fundo Monetário Internacional (FMI) alertam que a economia britânica sofrerá ;custos substanciais;.

As previsões do OBR se baseiam apenas em um rompimento brusco. Nesse caso, um regime temporário anunciado pelo governo britânico deveria permitir a 87% dos produtos importados a isenção de tarifas de importação durante um ano, antes de passar a uma taxa em torno de 4%. Pelo menos 13% dos demais produtos teriam de pagar tarifas imediatamente.

;O relatório do OBR mostra que até a versão mais branda de uma saída sem acordo aplicaria um golpe na economia britânica;, ressaltou o ministro das Finanças, Philip Hammond. ;Mas não é dessa versão branda que falam os defensores do Brexit. Eles falam de uma versão muito mais dura, que perturbaria ainda mais a economia;, advertiu.

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