Agência France-Presse
postado em 20/07/2019 14:09
Um americano, um italiano e um russo decolarão neste sábado em direção à Estação Espacial Internacional (ISS) durante um voo que coincide com as comemorações do 50; aniversário do desembarque histórico da missão Apolo 11.
Alexander Skvortsov, da agência russa Roscosmos; Andrew Morgan, da NASA; e Luca Parmitano, da Agência Espacial Européia (ESA), devem decolar às 16h28 GMT (13h28 de Brasília) do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão.
Esta missão foi marcada para 20 de julho para coincidir exatamente com os primeiros passos dos astronautas americanos na Lua em 1969.
Com duas missões a bordo da estação, o experiente cosmonauta russo Skvortsov, 53 anos, será o comandante do voo que decolará das estepes do Cazaquistão e durará seis horas.
Para o americano Andrew Morgan, por outro lado, é o seu primeiro voo. Luca Parmitano já viveu 166 dias na ISS em 2013. Durante essa missão, ele se tornou o primeiro italiano a fazer uma saída ao espaço.
Durante uma coletiva de imprensa antes do lançamento, Parmitano, de 42 anos, disse que a tripulação se sentiu "sortuda e privilegiada" por decolar no dia do 50; aniversário do pouso na Apolo 11.
O americano Morgan descreveu esses primeiros passos na Lua como uma "vitória para toda a humanidade", mas se esquivou de uma pergunta sobre se, em sua opinião, os russos um dia andariam no satélite da Terra.
"A NASA tinha mais capacidade para realizar grandes coisas ao fazê-lo no âmbito da cooperação internacional", afirmou.
Trump e Lua
Cinco décadas depois da Apolo 11, a Rússia e o Ocidente ainda competem no desenvolvimento aeroespacial, mas na ISS, lançada em 1998, destaca-se a cooperação.
Por sua parte, o presidente Donald Trump ordenou que a NASA enviem seres humanos de volta à Lua o mais tardar em 2024, em um estágio anterior a uma missão a Marte.
Esse projeto, chamado Artemis, seria o primeiro retorno ao satélite terrestre desde 1972.
No entanto, alguns especialistas consideram que esse tempo não é realista, levando em consideração as limitações orçamentárias da agência espacial americana e os atrasos no desenvolvimento da nova geração de satélites. foguetes e equipamentos necessários.
Desde 2011, os foguetes russos são os únicos capazes de enviar tripulação para a ISS. Mas o fracasso de um lançamento em outubro de 2018, os escândalos de corrupção na agência russa Roscosmos e a concorrência da empresa SpaceX de Elon Musk comprometeram essa exclusividade.
No início de junho, a NASA informou que organizará viagens turísticas a bordo da ISS pela primeira vez, operadas pela Boeing e pela SpaceX. O preço estimado de uma estada de 30 dias é de 58 milhões de dólares por passageiro.
A Rússia já enviou sete turistas para a estação e, de acordo com a Roscosmos, planeja retomar essas expedições em 2021.
No início deste ano, um acordo foi assinado com a agência espacial russa e a empresa norte-americana Space Adventures.