postado em 21/07/2019 04:05
Em meio ao embate jurídico sobre o abastecimento de dois navios iranianos ancorados, desde o início de junho, perto do Porto de Paranaguá (PR), cresce a preocupação quanto aos impactos ambientais e humanitários. Segundo a Eleva, empresa brasileira que fretou as embarcações para a importação de ureia e a exportação de milho, há 50 tripulantes a bordo, sem poderem desembarcar.
Em nota, a exportadora alerta que a falta de combustível pode ;causar danos à navegação, aos tripulantes, a outras embarcações e, no extremo, levar ao fechamento do Porto de Paranaguá.; Como um dos navios está carregado, com 50 mil toneladas de milho e ;níveis elevados de conservantes;, também não está descartado ;o risco de uma grave crise ambiental.;
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, decidirá se a Petrobras vai abastecer os navios. A Eleva havia conseguido três liminares no Tribunal de Justiça do Paraná nesse sentido, mas a Petrobras recorreu ao STF. A estatal alega que pode ser alvo das sanções americanas contra o Irã, com impactos econômicos.
PGR
Na noite de sexta-feira, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, deu parecer favorável à estatal, argumentando que haveria outras alternativas de abastecimento e que há o risco de prejuízo às ;relações diplomáticas estratégicas; com os Estados Unidos.
Em nota, a Eleva informa ;estranhar; o parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), alegando que depende de combustível ;cujo fornecimento é monopólio; da estatal e frisando que o comércio de produtos agrícolas e remédios é considerado ;exceção humanitária;.
Também na sexta, o presidente Jair Bolsonaro atribuiu a retenção das embarcações iranianas às boas relações com Washington. ;Estou me aproximando cada vez mais do (Donald) Trump (;) O Brasil é um país que não tem conflito em nenhum lugar do mundo (...) Pretendemos manter nessa linha, mas entendemos que outros países têm problemas e nós, aqui, temos que cuidar dos nossos em primeiro lugar;, justificou.