postado em 22/07/2019 04:05
Após um fim de semana de discussões sobre a apreensão de um petroleiro no Estreito de Ormuz pela Guarda Revolucionária Iraniana, o governo britânico deve anunciar hoje como reagirá ao episódio, considerado pelo Ocidente uma das maiores hostilidades desde o acirramento das relações entre Teerã e Estados Unidos. Pela manhã, a primeira-ministra, Theresa May, presidirá uma reunião de crise com ênfase na ;manutenção da segurança da navegação no Golfo;, segundo comunicado.
Depois, o Executivo informará ao Parlamento ;as medidas complementares; que pretende adotar. O ministro das Relações Exteriores, Jeremy Hunt, não antecipou as ações, mas especialistas acreditam que as opções são restritas, considerando que Washington já impôs o máximo possível de sanções econômicas contra Teerã.
Em entrevista à Sky News, porém, o ministro da Defesa, Tobias Ellwood, sinalizou o contrário. ;Vamos analisar uma série de opções. Falaremos com nossos colegas, nossos aliados internacionais, para ver o que realmente pode ser feito;, disse.
;Cooperação;
Para Teerã, o desenrolar do impasse depende ;da cooperação; da tripulação. ;A investigação (...) depende da cooperação dos membros da tripulação do navio e também do nosso acesso às provas necessárias para examinar o caso;, disse, em entrevista à Press TV, o canal de informação em língua inglesa da televisão estatal iraniana, Allah Morad Afifipoor, diretor-geral da Autoridade Portuária e Marítima da província de Hormozgan.
Segundo Afifipoor, os tripulantes ;estão com boa saúde;. Ao todo, são 23 pessoas, sendo 18 indianos, três russos, um filipino e um letão. Teerã alega que eles desrespeitaram o código marítimo internacional ao colidir com um barco de pesca e não responder ao contato da tripulação do pesqueiro, que acionou as autoridades marítimas.
Gravações de áudio divulgadas ontem mostram a Guarda Revolucionária intimando o petroleiro a mudar de rumo. Sem resposta, homens encapuzados em helicópteros desceram de rapel no Stena Impero e apreenderam o navio e a tripulação. A autenticidade da gravação foi comprovada pelo Ministério da Defesa britânico.
Há, porém, a suspeita de que a operação foi uma resposta a uma decisão tomada pela Justiça do enclave britânico de Gibraltar (extremo sul da Espanha) horas antes. O órgão prolongou por 30 dias a retenção do petroleiro iraniano Grace 1, interceptado, no último dia 4, sob suspeita de violar as sanções europeias à Síria. Teerã nega a acusação e, na semana passada, havia alertado que não deixaria ;essa maldade sem resposta;.