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Militar da Gâmbia admite participação no homicídio de jornalista da AFP

Jornalista Deyda Hydara foi morto em dezembro de 2004. De acordo com o militar, ação foi ordenada pelo ex-presidente Yahya Jammeh

Agência France-Presse
postado em 22/07/2019 16:50
Deyda Hydara, jornalista da Gâmbia, assassinado em 2004 Um militar da Gâmbia acusou, nesta segunda-feira (22/7), o ex-presidente Yahya Jammeh de ter ordenado o assassinato do jornalista Deyda Hydara, correspondente da Agence France Presse (AFP), em dezembro de 2004, em Banjul. Ele também admitiu ter participado de sua execução.

[SAIBAMAIS] Deyda Hydara, jornalista crítico do regime de Jammeh, foi assassinado a tiros em 16 de dezembro de 2004 em Banjul. Cofundador do jornal privado The Point, também foi correspondente da AFP e da organização Repórteres sem Fronteiras (RSF) na Gâmbia.

"Atiramos, eu, Alieu Jen e Sana Manjang", reconheceu o tenente Malick Jatta, durante uma audiência diante da Comissão da Verdade e Reconciliação.

No dia seguinte, seu comandante lhes entregou "um pacote com dólares" e explicou se tratar de um "gesto de apreço do grande homem", Jammeh, que estava no poder há dez anos neste país da África Ocidental.

Defensores de direitos humanos acusam o regime de Jammeh de ações sistemáticas de tortura contra opositores e jornalistas, execuções extrajudiciais, prisões arbitrárias e desaparecimentos forçados.

Jammeh foi eleito pela primeira vez em 1996 e se reelegeu ininterruptamente até sua derrota, em dezembro de 2016, para o opositor Adama Barrow.

Criada por uma lei de dezembro de 2017, com 11 integrantes, a TRRC investiga supostos crimes cometidos durante os 22 anos do regime de Jammeh, atualmente em exílio na Guiné Equatorial. A comissão iniciou suas audiências em janeiro de 2019.

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