Agência France-Presse
postado em 22/07/2019 16:50

[SAIBAMAIS] Deyda Hydara, jornalista crítico do regime de Jammeh, foi assassinado a tiros em 16 de dezembro de 2004 em Banjul. Cofundador do jornal privado The Point, também foi correspondente da AFP e da organização Repórteres sem Fronteiras (RSF) na Gâmbia.
"Atiramos, eu, Alieu Jen e Sana Manjang", reconheceu o tenente Malick Jatta, durante uma audiência diante da Comissão da Verdade e Reconciliação.
No dia seguinte, seu comandante lhes entregou "um pacote com dólares" e explicou se tratar de um "gesto de apreço do grande homem", Jammeh, que estava no poder há dez anos neste país da África Ocidental.
Defensores de direitos humanos acusam o regime de Jammeh de ações sistemáticas de tortura contra opositores e jornalistas, execuções extrajudiciais, prisões arbitrárias e desaparecimentos forçados.
Jammeh foi eleito pela primeira vez em 1996 e se reelegeu ininterruptamente até sua derrota, em dezembro de 2016, para o opositor Adama Barrow.
Criada por uma lei de dezembro de 2017, com 11 integrantes, a TRRC investiga supostos crimes cometidos durante os 22 anos do regime de Jammeh, atualmente em exílio na Guiné Equatorial. A comissão iniciou suas audiências em janeiro de 2019.